Cartilha orienta instalação de “ciclovias-corona”

15 de novembro de 2020 3 mins. de leitura

Ciclovias temporárias já são utilizadas em todo o mundo, e sua popularização é especialmente importante em meio à crise sanitária

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Desde que os primeiros casos de covid-19 começaram a surgir no distrito chinês de Wuhan, o isolamento social tem sido o mecanismo mais eficaz de redução do contágio. Mas o que fazer quando sair de casa é inevitável, a exemplo do que ocorre com profissionais de saúde e de outras categorias cujas atividades não cessaram?

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma saída é lançar mão das bicicletas.

Ciclovias temporárias têm instalação fácil, rápida e barata. (Fonte: Shutterstock)
Ciclovias temporárias têm instalação fácil, rápida e barata. (Fonte: Shutterstock)

Nessa perspectiva, cidades do mundo inteiro têm criado ciclovias temporárias, também chamadas de pop-up e mais recentemente de “ciclovias-corona”. Trata-se de uma medida de urbanismo tático que responde por um conjunto de ações rapidamente aplicáveis, por isso são indicadas em situações emergenciais, como a pandemia, em que é possível intervir com velocidade e baixo custo.

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De olho nessa problemática, a União de Ciclistas do Brasil e a Cicloiguaçu organizaram uma cartilha que orienta o poder público a adotar essa medida emergencial — que pode se tornar definitiva.

Cartilha

Após a crise sanitária, ciclovias podem permanecer para deslocamentos e lazer. (Fonte: Shutterstock)
Após a crise sanitária, ciclovias podem permanecer para deslocamentos e lazer. (Fonte: Shutterstock)

Denominado Infraestruturas provisórias para a Mobilidade Ativa: medidas de ciclomobilidade para adaptar as ruas no combate à pandemia, o documento detalha uma série de ações necessárias para a implantação de ciclovias seguras e funcionais. Na maior parte dos casos, a adaptação é simples e não requer obras: pintar a via de forma a determinar faixas de uso para bicicletas já garante um espaço seguro, capaz de atrair novos adeptos ao hábito de pedalar.

Além de orientar formas funcionais de instalação de ciclorrotas, o documento chama atenção para a possibilidade de manter tal estrutura. Isso porque o hábito de pedalar é interessante do ponto de vista de saúde física e mental, trânsito, meio ambiente e orçamento público.

Conheça alguns dos pontos que a cartilha apresenta para a implantação de ciclovias-corona:

  • Ciclofaixas unidirecionais: devem ter no mínimo 2 metros e podem ser no sentido do fluxo ou não. Em países com cultura de ciclomobilidade, são a opção considerada mais segura.
  • Ciclofaixas bidirecionais: devem ter no mínimo 2,5 metros de largura, mas recomenda-se 3,2 metros. A linha que delimita a ciclovia deve ter no mínimo 10 centímetros e não ser interrompida em lotes. Devem ser colocados sinalizadores a cada 10 metros, no mínimo.
  • Ciclofaixas com estacionamento lateral: deve ser traçada uma linha amarela no bordo da pista, proibindo estacionar. Deve constar indicação dos horários da proibição de fluxo, além de outras informações complementares necessárias.
  • Ciclovias com estacionamento em recuo: esse modelo não é recomendado no caso de haver muitos desvios, considerando-se como limite apenas duas vagas por quadra, caso sejam destinadas a deficientes ou idosos.
  • Vias calmas: são um conceito criado em Curitiba (PR) e consistem na demarcação de “ciclofaixas sugeridas” em vias com limite de velocidade baixo (30 km/h). Trata-se de uma sugestão visual com linhas tracejadas que oferecem mais conforto e confiança para o compartilhamento do espaço com motoristas.

Fonte: Mobilize, União de Ciclistas do Brasil

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