Os casos de assédio no transporte público são preocupantes e colocam em risco a segurança das mulheres
Publicidade
O transporte público é uma ferramenta de grande importância no funcionamento de uma cidade, especialmente nas metrópoles, para levar pessoas aos seus trabalhos e outros afazeres de forma eficiente e segura. Essa segurança, no entanto, nem sempre é garantida, com casos conhecidos de assaltos — e a violência é ainda mais grave quando o passageiro em questão é uma mulher.
Conheça o maior e mais relevante evento de mobilidade do Brasil
Uma pesquisa feita pela Rede Nossa São Paulo revela que a cada dez mulheres quatro citam o transporte público como o local em que mais correm risco de sofrer assédio. Além disso, pelo menos um quarto da população feminina já passou por situações desse tipo em ônibus, trem ou metrô.
A superlotação nesses meios de transporte facilita a atuação dos assediadores, já que, entre tantas pessoas, muitas vezes é difícil encontrar o responsável pela ação. A vergonha de passar por essa situação e ter sua palavra descreditada também aumenta as incidências. E esses ataques vão desde apalpadas inapropriadas até estupro.
Desde 2006, a cidade do Rio de Janeiro aplica uma solução para diminuir os números de assédio em transportes públicos: vagões exclusivos para mulheres. Nos anos 1990, houve uma tentativa de aplicar a mesma medida em São Paulo, mas a ideia não foi em frente; na época, a medida gerou polêmica e muitos alegaram que ela aumentava, e não diminuía, a desigualdade entre os gêneros.
Mas a maior parte das medidas, mesmo hoje em dia, é preventiva: divulgar casos e conscientizar os passageiros parece ser a ação mais importante para impedir que os assédios aconteçam. O coordenador geral da Rede Nossa São Paulo, Jorge Abrahão, defende que campanhas educativas, treinamento e fiscalização são as grandes armas para enfrentar esse problema. A melhor capacitação seria aplicada a motoristas, cobradores e outros profissionais do transporte público, para que soubessem o que fazer nessas situações.
Quanto às vítimas, é difícil dizer se há uma melhor forma de reagir, afinal cada um enfrenta de uma maneira quando é agredido. A verdade é que ainda existe muito medo e hesitação por parte da mulher, por não saber se a denúncia será levada a sério ou se a reação deixará a situação pior.
Em toda ocorrência, no entanto, casos de assédio sexual de toda natureza devem ser denunciados, pois a queixa facilita a fiscalização e aumenta a consciência pública. E isso, no longo prazo, tem um grande potencial de diminuir os números de assédios.
O transporte público é de todos: homens e mulheres, crianças e adolescentes, adultos e idosos, de todas as etnias e origens. Com campanhas educativas e mais respeito ao próximo, devemos tornar o transporte mais seguro para a mulher e toda a população.
Curtiu o assunto? Clique aqui e saiba mais sobre como a mobilidade pode melhorar os espaços.
Fontes: Agência Brasil, Rede Nossa São Paulo.