O significado de trânsito está na base das políticas de mobilidade. Confira mais informações sobre o assunto e como ele é usado no dia a dia nas cidades
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Quando se pensa em mobilidade, há uma série de temas que vem à mente: bicicletas, caminhada, direito à cidade, acessibilidade e tantos outros. Porém, às vezes escapam conceitos fundamentais, como a própria ideia do que é o trânsito.
Por isso, é hora de conversar sobre o tema que fundamenta o acesso ao espaço urbano.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), trânsito é a utilização das vias por pessoas, veículos e animais. Esse deslocamento pode ser isolado, em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento ou carga e descarga.
Como se pode perceber, o trânsito não é apenas o conjunto de regras que tratam da mobilidade humana. Se há outros atores agindo no espaço, como animais, faz sentido considerá-los nas regras de deslocamento.
O trânsito, portanto, responde por essa normatização do comportamento no espaço público.
Existem muitas razões pelas quais o trânsito vem ganhando centralidade, e uma delas se refere ao compartilhamento do espaço urbano. Com cidades cada vez maiores, o arranjo formado pela necessidade de se locomover nelas é cada vez mais complexa.
O CTB acrescenta que o trânsito é a soma dos diversos tipos de solo das cidades. Isso passa pelos deslocamentos diários para o trabalho, a escola, a universidade ou ainda para momentos de lazer e cuidados com a saúde.
Portanto, não existe forma de estar nos centros urbanos sem que isso passe pelo trânsito. Do endereço da sua casa à necessidade de se locomover para comprar um pão pela manhã, é ele que auxilia na mediação das necessidades de cada cidadão.
O trânsito não é apenas um regramento da circulação do espaço comum. Ele tem-se tornado também uma lente para olhar uma série de questões sociais. Veja alguns exemplos disso a seguir.
A Associação Brasileira de Medicina de Trânsito tem ganhado um enorme protagonismo. A entidade se preocupa em acompanhar o impacto biomédico dos problemas de trânsito, sobretudo em relação à saúde pública. Um exemplo disso são os custos dos acidentes, seja em pessoas lesionadas ou mortas, seja em relação ao orçamento do Sistema único de Saúde.
Essa área é formada pela aplicação das leis e outras normativas que regulam a vida no trânsito. Isso inclui os veículos, mas também o tráfego de animais, a caminhabilidade e os modais de micromobilidade, como a bicicleta.
Você deve conhecer o fatídico teste psicotécnico aplicado para tirar a carteira de motorista. Ele é um exemplo de intervenção possível para o campo da Psicologia do Trânsito, área em que se estuda o comportamento humano nos deslocamentos urbanos e auxilia na elaboração de políticas públicas.
No Brasil, o automóvel não é apenas um meio de transporte, mas também de elevação social. Como criar políticas de trânsito que considerem esse fenômeno? Essa é uma das muitas contribuições da Sociologia do Trânsito.
Fonte: Detran-PR, Cetran-MS.