Ferrovia centenária da China está em obras para receber trens de alta velocidade até 2022, quando o país receberá as Olimpíadas de Inverno.
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Sabe-se que a China alia história e modernidade. Porém, no caso da ferrovia Beijing-Zhangjiakou, isso pode ser mais literal do que se pensa: os antigos trilhos, construídos e inaugurados na primeira década do século passado, passarão a receber trens de alta velocidade (AV) que unem as duas cidades-sede das Olimpíadas de 2022.
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Essa foi a primeira ferrovia construída na China por Zhan Tianyou, importante engenheiro da história do país, em um período no qual ingleses ocupavam o território chinês buscando controlar o mercado do ópio. Por isso, tinha um caráter estratégico.
O trajeto tinha muita importância também porque Zhangjiakou era a última cidade chinesa antes da ferrovia entrar em terras mongóis, que fazem divisa ao norte com a Rússia e ao sul com a China — uma combinação perigosa, considerando as revoluções comunistas na Rússia (1917) e na China do fim da década de 1940.
Atualmente, o trajeto Beijing-Zhangjiakou já admite trens que atingem 350 quilômetros por hora, dez vezes mais do que seus “avós”. Contudo, o governo chinês pretende implementar veículos ainda mais rápidos para facilitar esse trajeto e que sediarão as Olimpíadas de Inverno de 2022.
China pretende implementar trens de alta velocidade na ferrovia Beijing-Zhangjiakou que superem a marca atual de 350 km/h. (Fonte: Shutterstock)
A ferrovia tem, hoje, dez estações ao longo dos seus 174 quilômetros. O plano do governo chinês é ampliá-la a partir da conexão com o metrô da capital do país, de forma a integrar os modais e permitir que a linha férrea seja usada por chineses e turistas para se locomoverem com rapidez durante os jogos.
Por que elaborar política de gênero para a mobilidade urbana?
Mais que fornecer mobilidade, o governo chinês deseja vender uma imagem de inovação que credencie o país aos olhos do mundo, sendo um novo polo de soluções inteligentes e de modernidade. Isso se torna especialmente importante diante da pandemia do novo coronavírus, cujos efeitos econômicos desafiam o longo ciclo de crescimento do PIB chinês.
Junto a tecnologias de informação e conectividade, como o 5G, as soluções em transporte são pontos em que a China vem alcançando excelência — de fato, uma necessidade para um país com mais de 1 bilhão de pessoas e cidades com milhões de habitantes.
No que se refere ao modal sobre trilhos, a China já possui mais de 120 mil quilômetros de ferrovias, que atingem a maior parte das cidades com mais de um milhão de habitantes. Além disso, cerca de 20% da malha ferroviária já são adaptados a veículos de alta velocidade, conhecidos popularmente como trens-bala.
Mudanças na estrutura de mobilidade fazem parte do planejamento do país para as Olimpíadas de Inverno de 2022. (Fonte: Mirko Kuzmanovic / Shutterstock)
A escolha de Pequim(ou Beijing, no idioma local) é bastante óbvia: trata-se da capital do país e sede do governo. Além de ter recebido as Olimpíadas de Verão em 2008, possui um dos melhores parques esportivos do mundo.
Como a Cycle Superhighways se tornaram modelo de mobilidade?
Com mais de 20 milhões de habitantes, a cidade é também um dos maiores destinos turísticos da Ásia e é sede de diversos clubes e equipes esportivas.
Já Zhangjiakou tem menos de 1 milhão de habitantes (uma cidade de pequeno porte para os padrões chineses) e deve se tornar uma referência importante para diversas modalidades esportivas após o fim do evento — uma vez que a estrutura exigida para os jogos olímpicos apresenta excelência.
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