No Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, entenda como a pandemia de covid-19 tem impulsionado reflexões sobre a mobilidade urbana sustentável
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No dia 16 de setembro, é comemorado o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio. Essa é uma das datas mais importantes no calendário ambiental devido ao aquecimento global, causado em grande medida pela destruição dessa camada na atmosfera.
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Neste ano, o momento é lembrado em meio à pandemia da covid-19, que tem feito de 2020 um ano atípico em diversos sentidos. Como a circulação de pessoas está comprometida, o cenário das cidades foi alterado substancialmente. E a atenção à poluição urbana tem aumentado. Entenda melhor esse contexto.
A pandemia de covid-19 culminou em dois diferentes fenômenos que ajudaram a reduzir a emissão de poluentes e fomentaram reflexões sobre formas mais sustentáveis de se locomover nos centros urbanos.
O primeiro foi um número menor de pessoas circulando pelas vias da cidade, já que muitos trabalhadores estão em home office. Além disso, os próprios veículos do transporte estão operando em escala reduzida.
Mobilidade ativa ganha mais atenção com a pandemia
Outro fenômeno que tem sido observado é o aumento da adesão à mobilidade ativa. Como se deslocar a pé ou de bicicleta traz menos risco de contágio do que pegar ônibus ou metrô, a bike foi indicada pela Organização Mundial de Saúde como o melhor meio de transporte para se utilizar nesse momento.
Por isso, cidades em todo o mundo tem ampliado ciclovias ou criado rotas temporárias, as ciclovias pop-ups, que em muitos lugares já se tornaram permanentes. Em algumas regiões, são oferecidos até benefícios em dinheiro para quem opta por pedalar.
Essa atenção para a mobilidade urbana sustentável tem sido uma tendência que pode permanecer no pós-pandemia. Especialistas falam até em uma retomada verde: um retorno gradual, mas de forma mais sustentável. Uma boa notícia para a saúde e, claro, para a camada de ozônio.
É nesse sentido que a mobilidade deve contemplar as principais estratégias durante a pandemia e no período posterior a ela, que vem sendo chamado de “novo normal”.
Existe uma estreita relação entre a qualidade do ar e a saúde humana. A poluição se torna um problema nos grandes centros, cujos corredores de engarrafamento são altamente poluentes e afetam a qualidade de vida, podendo causar doenças e até óbitos.
Isso ocorre, sobretudo, porque as substâncias tóxicas são nocivas ao sistema cardiorrespiratório. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 7 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência da exposição à poluição urbana.
Isso se verifica mesmo na Europa, cujos padrões para a emissão de gases poluentes estão entre os mais rígidos do planeta. A restrição de deslocamentos durante a pandemia deixou de causar 11 mil mortes por problemas de saúde causados pela poluição, de acordo com o Centro de Pesquisa sobre Energia e Limpeza do Ar. A conclusão desse levantamento levou em consideração apenas dados coletados até junho deste ano.
Há também estudos que relacionam a poluição atmosférica ao desprendimento de resíduos do asfalto. Segundo essas pesquisas, o fenômeno ocorre em razão do superaquecimento da camada superficial desse derivado do petróleo, cujos poluentes no ar podem ser mais nocivos que a emissão dos gases automotivos, considerados os vilões da poluição urbana.
Outro local beneficiado pela redução da emissão de poluentes é a China. Segundo dados do Ministério de Ecologia e Ambiente chinês, a qualidade do ar aumentou em mais de 20% em fevereiro deste ano, período no qual o país enfrentava o pico da pandemia.
O país asiático tem migrado sua base produtiva para formas mais seguras e de menor impacto ambiental, mas ainda é conhecido como o maior poluente do planeta. Era comum ver pessoas de máscara antes mesmo da atual pandemia, de forma a se precaver contra a poluição.
As relações entre mobilidade urbana e saúde
O Brasil também observou quedas significativas na emissão de poluentes durante o período da pandemia. Ainda segundo o Centro de Pesquisa sobre Energia e Limpeza do Ar, houve uma redução de mais de 70% na emissão de dióxido de nitrogênio na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Embora a pandemia seja um momento alarmante, fenômenos como esses têm voltado a atenção de pesquisadores e autoridades dos setores de mobilidade e meio ambiente para o que é preciso mudar daqui para a frente. Sob essa nova perspectiva, a consolidação de um mundo mais limpo e um ar mais puro está cada vez mais próxima —mesmo que ainda haja muito a se caminhar.
Fonte: Agência Brasil, Arthur Igreja, Instituto WRI Brasil, Mobilize, Organização Mundial da Saúde, El Comercio, The Guardian, Forbes
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