Com o preço da gasolina comum chegando a R$ 7, alta acumulada até julho de 2021 já chega a mais de 27%
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Com o avanço da vacinação e a retomada de grande parte das atividades econômicas, muitos brasileiros estão voltando à sua rotina de trabalho e estudos presenciais, e já sentindo no bolso os impactos de abandonar o home office. Com o preço da gasolina chegando a R$ 7 o litro, muitas pessoas estão precisando recalcular se vale a pena ou não sair com seu próprio veículo.
Além de afetar a vida de quem utiliza o carro ou moto, a alta da gasolina também afeta o trabalho dos motoristas de aplicativo. Ao calcular o retorno financeiro das corridas e fazer o balanço de custos de manutenção, a atividade pode se tornar menos viável.
Afinal, por que a gasolina está tão cara? Quais fatores estão impulsionando uma alta acumulada de mais de 27% nos primeiros sete meses do ano? Entenda.
Segundo uma pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio de revenda da gasolina comum na última semana de abril de 2021 foi de R$ 5,46. No mesmo período do ano em 2020, esse valor era de R$ 2,87.
Um dos elementos que têm influenciado essa alta é o fato de que o petróleo é uma das principais commodities mundiais. De acordo com Uallace Moreira Lima, Doutor em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Unicamp, com a tendência de alta das commodities, o preço dos combustíveis deve sofrer elevação até o final do ano se a variação do preço do barril do petróleo no mercado internacional tiver continuidade.
Os impostos representam grande parte do preço da gasolina para o consumidor final. Cerca de 41% do valor é composto de impostos, como ICMS, Cide, Cofins e PIS/Pasep.
No entanto, o principal responsável pela alta no preço da gasolina atualmente é a desvalorização do real. É importante destacar que esses impostos que incidem no preço do combustível sempre estiveram lá, então, apesar de serem significativos no valor final, eles não são a fonte do aumento.
O que tem feito a gasolina comum chegar ao valor de R$ 7 o litro é a alta do dólar junto à desvalorização do real. De acordo com um levantamento da consultoria Austin Rating, no início de 2021, o Brasil ocupou a 4ª posição entre as moedas mais desvalorizadas do mundo, uma desvalorização média de 30% nos últimos anos frente ao dólar. E, segundo especialistas, esse cenário está sendo impulsionado pela política econômica adotada e pela falta de confiabilidade dos demais países no Brasil.
Nesse cenário, podemos concluir que os impostos estaduais — apontados por alguns grupos como os responsáveis pela alta da gasolina — não são o principal fator determinante para os preços recordes. A desvalorização do real e a política de precificação do petróleo são os grandes impulsionadores do encarecimento dos produtos para os consumidores finais.
Fonte: Banco PAN.