Preço da gasolina: quais foram os maiores reajustes da história?

4 de novembro de 2021 3 mins. de leitura

O preço da gasolina chegou ao maior valor registrado pela ANP nos últimos 17 anos e subiu mais que a inflação oficial

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O preço da gasolina nunca foi tão caro em toda a história do Plano Real. O combustível está sendo vendido por valores acima de R$ 7 por litro em algumas regiões do Brasil. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor médio na bomba na última semana de setembro foi de R$ 6,092.

Quando a autarquia começou a registrar os valores cobrados pela gasolina, em maio de 2004, o combustível era cotado, em média, a R$ 2,083 por litro nos postos brasileiros. O preço cresceu 192%, ou seja, praticamente dobrou, nos últimos 17 anos, enquanto a inflação oficial ficou em 152% durante o período.

Os valores da gasolina não subiram proporcionalmente ao longo dos anos. De novembro de 2005 a setembro de 2011, por exemplo, o preço se estabilizou no patamar de R$ 2,48. Em outros momentos, porém, houve um reajuste substancial, reduzindo o poder de compra dos donos de automóveis.

A maior alta de gasolina em uma semana

Recuperação econômica após a pandemia acelerou alta dos combustíveis no Brasil. (Fonte: ANP/Aléxis Góis/Reprodução)
Recuperação econômica após a pandemia acelerou alta dos combustíveis no Brasil. (Fonte: ANP/Aléxis Góis/Reprodução)

Na última semana de julho de 2017, a ANP registrou o maior reajuste de gasolina durante um curto período, desde que começou a sua série histórica. O valor médio do litro do combustível vendido ao consumidor saltou de R$ 3,464 para R$ 3,749 — uma alta de 8,23%. No entanto, alguns postos chegaram a vender a gasolina comum a R$ 4,32.

O aumento repentino foi causado por uma mudança realizada pelo governo federal, que alterou por decreto a cobrança do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). A tributação, que era de R$ 0,3816 por litro da gasolina A (pura) vendida na refinaria, passou para R$ 0,7925.

A medida também elevou os tributos para o etanol e diesel, e visava arrecadar R$ 10 bilhões para cobrir o rombo no orçamento daquele ano. Desde então, a cobrança do imposto federal permaneceu inalterada, mas o preço do combustível continuou subindo por fatores inerentes à dinâmica internacional do petróleo.

O ano em que houve mais reajustes de combustível

A média do preço da gasolina saltou de R$ 4,56, em janeiro, para R$ 6,09, em setembro de 2021, segundo a ANP. (Fonte: Shutterstock/Jair Ferreira Belafacce/Reprodução)
A média do preço da gasolina saltou de R$ 4,56, em janeiro, para R$ 6,09, em setembro de 2021, segundo a ANP. (Fonte: Shutterstock/Jair Ferreira Belafacce/Reprodução)

Até o momento, de acordo com dados da ANP, 2021 foi o ano que registrou a maior alta de gasolina desde que a série histórica começou a ser registrada. De janeiro até setembro, o combustível já teve uma alta de 35%. O segundo ano com maior alta foi 2015, quando o preço vendido nas bombas subiu 20% durante 12 meses.

A alta é explicada por uma combinação de fatores, fundamentados na forma como a Petrobras, principal distribuidora de combustível, calcula os preços na refinaria. Desde 2016, a empresa se orienta pelas flutuações do valor do barril do petróleo no mercado internacional para definir a cotação dos combustíveis.

Durante o ano, houve um crescimento rápido da demanda por petróleo causada pela retomada econômica pós-covid, que não foi acompanhada pelo aumento de produção. Com isso, o barril teve uma valorização de 54% nos primeiros nove meses de 2021. Além disso, a alta do dólar e do etanol também contribuíram para a valorização recorde da gasolina.

Fonte: ANP, Agência Brasil, IBGE.

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