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Quem tem bike elétrica usa menos carro, afirma estudo

20 de outubro de 2020 4 mins. de leitura
Entenda como a bicicleta elétrica pode fomentar a mobilidade ativa

Embora a mobilidade ativa esteja sendo amplamente difundida pelo mundo, a supremacia das bikes nas ruas brasileiras ainda parece um futuro distante, e não apenas pela falta de infraestrutura urbanística que privilegie o pedal mas também por um padrão associado a preferências e padrões de consumo na escolha dos modais.

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Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), embora o País tenha mais bicicletas do que carros, apenas 7% dos brasileiros utilizam a bike como meio de transporte principal. Com a pandemia de covid-19, a adesão ao carro particular pode aumentar, acelerando a poluição e outros impactos ambientais.

A boa notícia é que as bicicletas elétricas podem ajudar a impulsionar um bikeboom. Uma pesquisa realizada em Oslo, na Noruega, e divulgada pela revista Cycling Industry News mostra que, conforme descobrem o quanto podem ir longe com esse veículo, usuários de e-bikes começam a usar mais a bicicleta e deixar o carro na garagem.

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O estudo avaliou pessoas que compraram e-bikes para si mesmas e apontou que quem as usava estava viajando em torno de 340% mais longe do que nas bikes comuns. Se antes percorriam 2,1 milhas, com as e-bikes chegavam a 8,4 milhas. A pesquisa descartou a hipótese de que esse crescimento pudesse estar ligado a um suposto “efeito novidade”, que fizesse do movimento algo temporário, fruto de empolgação passageira. Isso porque o uso da e-bike continuou a subir com o passar do tempo.

E-bikers pedalam mais?

Estudo mostra que usuários de bikes elétricas levam menos tempo se deslocando em rotas montanhosas. (Fonte: Shutterstock)
Estudo mostra que usuários de bikes elétricas levam menos tempo se deslocando em rotas montanhosas. (Fonte: Shutterstock)

Outro estudo recente, publicado pelo Transportation Research Interdisciplinary Perspectives, que ouviu mais de 10 mil habitantes em sete cidades europeias mostrou que as bikes elétricas são tão motivadoras que podem levar os ciclistas a pedalarem mais longe e por mais tempo. Segundo a pesquisa, isso se dá em boa parte pelas facilidades que a bike elétrica fornece com relação a aspectos como a topografia do terreno em que a pessoa se desloca. Por exemplo, o uso da e-bike reduz o tempo de viagem em 35% em rotas montanhosas e 15% em trajetos planos.

E-bikes no combate à desigualdade

Para especialistas, a e-bike pode ajudar a ampliar o acesso à cidade. (Fonte: Shutterstock)
Para especialistas, a e-bike pode ajudar a ampliar o acesso à cidade. (Fonte: Shutterstock)

A ampla adesão às e-bikes como meio de transporte principal pode fomentar a chamada retomada verde e ser extremamente benéfica para o meio ambiente. Além de uma solução de grande impacto ambiental, o uso da bike elétrica permite ampliar o acesso à cidade, na visão de especialistas, sendo uma alternativa eficaz também do ponto de vista social.

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“Muitas comunidades de baixa renda têm menos acesso ao transporte público e precisam fazer viagens mais longas para acessar empregos e diferentes serviços”, disse Becca Wolfson, diretora-executiva do Boston Cyclists Union, ao Streetsblog, blog de mobilidade urbana norte-americano.

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“Se as e-bikes podem reduzir o tempo de deslocamento e a quantidade de esforço físico necessário no trajeto, podem realmente ajudar a diminuir as desigualdades de transporte da região de Boston. A cidade tem a obrigação de explorar esse aspecto para fornecer opções de transporte mais fáceis”, argumentou Wolfson ao tomar o contexto estadunidense como base para sua análise.

Fonte: Science Direct, Ipea, Next City, Cycling Industry News

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