Home office por coronavírus tem efeito sobre a mobilidade urbana

13 de março de 2020 4 mins. de leitura

Trabalho remoto pode reduzir as emissões de carbono na atmosfera

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O coronavírus já infectou cerca de 100 mil pessoas em mais de 90 países. A pandemia paralisou a China e, recentemente, provocou uma quarentena em toda a Itália. Para evitar uma propagação ainda maior, empresas na Europa, Ásia e América do Norte estão estimulando seus funcionários a trabalharem em esquema de home office, o que tem grande potencial de impacto na mobilidade urbana.

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A paralisação provocada na China, com cidades vazias, indústrias e escritórios fechados, por exemplo, reduziu em um quarto as emissões de carbono no país durante duas semanas, segundo estudo publicado pela Carbon Free. Não por acaso, a Uber chegou a admitir que o coronavírus deve impactar serviços da empresa nos Estados Unidos, como aluguel de bicicletas e scooters, além de reduzir as viagens de carro por aplicativo.

Os impactos do home office

Apple, Microsoft, Facebook, Google e Porsche já tinham fechado os escritórios na China, epicentro da pandemia, e orientado os seus funcionários a trabalharem de casa. Com a dispersão do vírus, a prática foi imitada por outras empresas em vários países. Mais recentemente, nos Estados Unidos, Amazon, Indeed, Twitter e outras companhias do Vale do Silício suspenderam as atividades presenciais após a confirmação de casos de contaminação.

No Brasil, a sede da Mastercard em São Paulo também aderiu ao home office em decorrência da confirmação da infecção de um funcionário que chegou de Nova York. Preventivamente, ainda que não haja notícia de contágio nas equipes, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recomendou que todos os funcionários ficassem reclusos durante 14 dias após retornarem de viagens de férias ou a trabalho; caso não houvesse sintomas da doença, as atividades laborais deveriam ser desenvolvidas de casa.

(Fonte: Shutterstock)

Efeitos positivos

O home office impacta diretamente a promoção da mobilidade urbana sustentável ao reduzir congestionamentos e tornar mais eficiente o uso do tempo e da energia. A Universidade de Stanford desenvolveu uma ferramenta online que permite aos usuários inserirem informações sobre seu deslocamento diário e receberem uma estimativa de suas emissões de carbono.

Um levantamento da plataforma mostrou que alguém que se desloca diariamente por 10 quilômetros de automóvel particular até o trabalho evitaria a geração de aproximadamente 178 quilos de gases do efeito estufa em um mês caso trabalhasse de casa. Por ano, o home office representaria menos duas toneladas de CO2 lançadas na atmosfera — considerando um único trabalhador.

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Embora ainda não haja estudos diretamente ligados à mobilidade urbana e ao trabalho remoto causado pelo coronavírus, partindo do exemplo chinês e de estudos sobre a interferência do home office nas ruas,  é possível entender os benefícios desse formato de expediente. Trabalhar de casa pode contribuir efetivamente para a diminuição dos engarrafamentos e aliviar a superlotação do transporte público urbano.

A Pesquisa de Mobilidade Urbana de 2012, realizada pelo Metrô de São Paulo, estimou que 12 milhões de viagens diárias de carro são realizadas na região metropolitana da cidade. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) afirma que seria necessário reduzir 3,3 milhões de viagens diárias para melhorar a qualidade do ar na capital paulista.

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Não é difícil entender por que o home office tem cada vez mais adeptos. Em Tóquio, por exemplo, uma vez por ano os trabalhadores são incentivados a realizar o seu expediente de casa ou de qualquer lugar, menos do escritório. O dia 24 de julho foi o escolhido para ser o Dia do Teletrabalho, e foi um teste para os Jogos Olímpicos de 2020, com o objetivo de reduzir os congestionamentos e desafogar o transporte público.

(Fonte: Shutterstock)

Fonte: Business Insider, Agência Brasil, Home Office, WRI Brasil, Universidade de Stanford

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