Medidas para reduzir a frota de veículos movidos a combustíveis fósseis estão sendo adotadas no mundo todo, o que pode impactar o mercado brasileiro
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Na busca por reduzir as emissões de poluentes, a União Europeia tem somado esforços para diminuir as emissões de ônibus até 2030. É o que estabelece a nova proposta para a legislação que versa sobre veículos movidos a combustíveis fósseis, a qual tem planos de estender as obrigações a outros veículos pesados. Para caminhões e ônibus usados em trajetos de longa distância, o objetivo é reduzir em 90% as emissões até 2040.
Em fevereiro de 2023, o parlamento europeu aprovou a proibição da venda de veículos com motor a gasolina ou diesel a partir de 2035. Apesar de desafiar a estrutura de transportes, as medidas também abrem o caminho para a busca de soluções para a crise climática, o que acaba por fomentar a inovação na mobilidade.
Na Alemanha, carros movidos a eletricidade já representam um quarto da frota dos veículos novos. Na China, os carros elétricos contaram com um incentivo mais intenso, fazendo que o país tenha o maior mercado mundial atualmente.
Nesse sentido, já há algumas fabricantes se antecipando a esse novo cenário, a exemplo da Ford, que vai construir uma fábrica exclusiva para a produção de baterias elétricas no estado de Michigan, nos Estados Unidos.
No Brasil, a eletrificação da frota tem sido mais tímida, com apenas 2,2% dos licenciamentos em 2021, alcançando o marco de 35 mil unidades novas emplacadas. Se por um lado o valor mais expressivo dos veículos movidos a eletricidade é um fator que atrasa a adoção, por outro lado o maior uso é o caminho para os tornar mais acessíveis.
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No transporte público, a exemplo da operação desenvolvida nas cidades de São Paulo (SP), Salvador (BA) e São José dos Campos (SP), a BYD, fabricante chinesa que se instalou em Campinas (SP), anunciou planos de ter veículos também no Guarujá (SP), como um passo importante para avançar na Baixada Santista.
Na capital paulista, há 18 ônibus elétricos desde 2019. Capazes de reduzir em até 125 mil quilos a emissão de dióxido de carbono (CO2) por ano, eles operam na região sul da cidade. A durabilidade desse tipo de veículo também é outro ponto de destaque, segundo a fabricante, pois, enquanto ônibus movidos a diesel chegam a dez anos, os ônibus elétricos podem alcançar 15 anos de vida útil, refletindo em maior eficiência e menos gastos com manutenção da frota.
Curitiba (PR) também está investindo em testes com a Eletra, fabricante brasileira localizada no ABC paulista. O objetivo é fazer que 33% da frota usada tenha emissão zero na cidade até 2030..
Fonte: Senado, Cities Today, BYD, Prefeitura de Curitiba, Estadão, Ford