Como diferentes países lidam com a crise do transporte coletivo?

18 de dezembro de 2020 3 mins. de leitura

Setor foi duramente afetado pelo novo coronavírus, mas diversas ações ajudam a minimizar problemas no segmento

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Queda de demanda, aumento de custos com insumos voltados à higienização de veículos e redução de capacidade máxima. O transporte público está em crise no mundo todo, e tanto empresas como governos buscam maneiras de contornar a situação para evitar que esse serviço fundamental seja interrompido.

Queda de demanda prejudica sistemas de transporte público no mundo todo, colocando em risco a modalidade. (Fonte: Shutterstock)
Queda de demanda prejudica sistemas de transporte público no mundo todo, colocando em risco a modalidade. (Fonte: Shutterstock)

“Ele é responsável por 50% das viagens motorizadas no país. Em São Paulo, por exemplo, estima-se que mais da metade das viagens por motivo de saúde ocorram por meio de transporte público”, indica o documento Transporte público e covid-19, produzido pelo Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura (CERI) — unidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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Medidas para salvar o segmento podem ser vistas em diversos países. Confira alguns exemplos.

Mantendo sistemas

Nos Estados Unidos, um auxílio de US$ 25 bilhões foi concedido aos sistemas de transporte público pela Administração Federal de Trânsito (FTA) do Departamento de Transportes dos EUA, um fato histórico para “assegurar a manutenção dos serviços para milhões de americanos que dependem deles”, conforme afirmação da entidade. A concessão de fundos para despesas operacionais e de capital relacionado a emergências integra as iniciativas da instituição.

O gerenciamento de recursos exerce papel fundamental no cenário. “O sistema de transporte público de Shenzhen (China) adotou a lotação máxima de 50% da capacidade dos veículos. Para a fiscalização da lotação são utilizadas as câmeras internas dos ônibus”, segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas. 

De olho nas contaminações, a Washington Metropolitan Area Transit Authority, nos Estados Unidos, estabeleceu um centro de controle paralelo, com a equipe completa, a 16 km do centro existente nos subúrbios de Maryland. As duas instalações têm trabalhado em turnos alternados, assim, se um dos centros for contaminado, o outro pode assumir. 

Usuários podem auxiliar na contenção da disseminação de covid-19 em transportes públicos. (Fonte: Shutterstock)
Usuários podem auxiliar na contenção da disseminação de covid-19 em transportes públicos. (Fonte: Shutterstock)

Em Ruanda, novas diretrizes determinam a conduta das operadoras, que devem fornecer equipamentos para que todos lavem as mãos sempre que possível. Praga, na República Checa, baniu o acesso de passageiros sem máscaras aos veículos, e Xangai (China) disponibiliza um QR Code especial para que pessoas declarem seus estados de saúde e peçam ajuda durante o trajeto, se necessário. 

Às operadoras cabe instruir funcionários e passageiros sobre medidas de higiene, adotar barreiras de proteção, treinar, planejar, implantar políticas e procedimentos, manter ambientes ventilados e limitar a ocupação dos veículos. 

Para o documento da FGV, o poder público deve fazer sua parte em meio a esse cenário, se empenhando em garantir a sustentabilidade financeira da operação do transporte público neste momento. “É importante ter em mente que a saúde da população vem em primeiro lugar e que fornecer um nível de serviço adequado para permitir os deslocamentos necessários e evitar a propagação da doença deve ser prioridade”, conforme o estudo.

Fonte: FGV CERI, Federal Transit Administration, The New Times, Expats, Xinhuanet.

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