Não é por acaso que os dinamarqueses chamam a capital de “a cidade mais feliz do mundo”, mas nem sempre Copenhague foi agradável para seus moradores. Uma série de transformações ocorridas nas últimas sete décadas alterou a mobilidade urbana do município, convertendo-o em um modelo de planejamento e design urbano com medidas estratégicas de longo prazo.
O Plano dos Cinco Dedos
O Plano dos Cinco Dedos, criado em 1947 pelo Urban Planning Laboratory, concentra o desenvolvimento urbano nos trens metropolitanos e nos espaços verdes intermediários.
A ideia é que as linhas de transporte se espalhem como dedos a partir do centro de Copenhague, considerado a palma. No momento em que foi criado, o plano não entrou em Amager, que não tinha infraestrutura para apoiar a inclusão; agora, a ilha é uma área muito mais desenvolvida, considerada o “dedo extra”.
Conheça o mais importante evento de mobilidade do Brasil
As linhas de 170 quilômetros ao sul do Plano dos Cinco Dedos, um extenso sistema com 1,2 mil pontos de ônibus, quatro linhas de transporte aquático e um pequeno, mas eficiente, metrô compõem o sistema de transporte público de Copenhague.
Cultura da bicicleta
Bicicletas sempre estiveram presentes nas ruas de Copenhague, apesar de um breve “reinado” dos automóveis. (Fonte: Shutterstock)
As bicicletas e ciclovias são tão difundidas em toda a cidade que o termo em inglês copenhagenize passou a significar a implantação ou expansão da infraestrutura cicloviária. E a cidade exporta bons exemplos: quando Nova York decidiu tornar sua mobilidade urbana mais amiga dos ciclistas, o designer urbano suíço Jan Gehl foi contratado.
A capital conta com estacionamentos para bikes nas estações de metrô e de ônibus, além de semáforos sincronizados para permitir que os ciclistas circulem em horário de pico sem paradas e a uma velocidade média de 20 quilômetros por hora.
Com 338 quilômetros de ciclovias, quase 40% das pessoas pedalam diariamente, e esse número deve aumentar. Hoje, cerca 90% dos dinamarqueses têm bicicleta. Ainda que a cultura ciclista sempre tenha estado presente na cidade, houve um período em que as bikes sumiram das ruas.
Carros nas ruas
A partir da década de 1960, o número de usuários de bicicletas teve um declínio vertiginoso. Isso porque o entusiasmo pelos carros iniciou um planejamento de má escolha nas cidades, quando as redes de bondes foram reduzidas ou desmontadas para darem espaço a automóveis.
As cidades que são destaques em mobilidade no mundo
Hoje, o tráfego está enfraquecendo novamente, pois as cidades perceberam que ainda podem acomodar carros, mas em uma proporção equilibrada com outros modos de transporte. Cerca de 40% dos dinamarqueses têm automóvel, um número bem menor se comparado aos que têm bicicletas.
A partir da crise do petróleo, nos anos 1970, a população pressionou o governo para adotar uma mobilidade urbana mais sustentável. Os veículos próprios saíram para dar espaço para o transporte público e, principalmente, o retorno das bicicletas.
Cidade caminhável
Copenhague foi considerada a “cidade mais caminhável do mundo”, de acordo com a Walk 21, uma organização sem fins lucrativos. Com pequenas áreas verdes distribuídas pelo tecido urbano compacto em vez de grandes parques, a ideia do design da capital dinamarquesa foi criar espaços de reunião urbana por toda a extensão.
Futuro da cidade
Copenhague deve seguir com bicicletas e transporte público fortes ao mesmo tempo que implementa outras medidas sustentáveis. (Fonte:quiggyt4 / Shutterstock)
Com o objetivo de se tornar a primeira capital mundial com zero emissão de carbono até 2025, Copenhague tem promovido uma revolução verde com a utilização de energia renovável e reciclagem, mobilidade verde e cidade inteligente.
4 relações entre doenças e transformações urbanas
Para atingir a meta ambiciosa, a cidade investe forte em mobilidade urbana verde, além de gestão de água e resíduos, edifícios sustentáveis e energia renovável, como eólica, solar, usinas verdes e biocombustíveis.
Fonte: ArchDaily, Smart Cities Dive, Copenhague Capacity, Forbes, Travel Media
Curtiu o assunto? Clique aqui e saiba mais sobre como a mobilidade pode melhorar os espaços.