Como é a mobilidade urbana em Copenhague?

27 de julho de 2020 4 mins. de leitura

Capital dinamarquesa é conhecida por ter um plano de mobilidade urbana que beneficia os ciclistas

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Não é por acaso que os dinamarqueses chamam a capital de “a cidade mais feliz do mundo”, mas nem sempre Copenhague foi agradável para seus moradores. Uma série de transformações ocorridas nas últimas sete décadas alterou a mobilidade urbana do município, convertendo-o em um modelo de planejamento e design urbano com medidas estratégicas de longo prazo.

O Plano dos Cinco Dedos

O Plano dos Cinco Dedos, criado em 1947 pelo Urban Planning Laboratory, concentra o desenvolvimento urbano nos trens metropolitanos e nos espaços verdes intermediários.

A ideia é que as linhas de transporte se espalhem como dedos a partir do centro de Copenhague, considerado a palma. No momento em que foi criado, o plano não entrou em Amager, que não tinha infraestrutura para apoiar a inclusão; agora, a ilha é uma área muito mais desenvolvida, considerada o “dedo extra”.

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As linhas de 170 quilômetros ao sul do Plano dos Cinco Dedos, um extenso sistema com 1,2 mil pontos de ônibus, quatro linhas de transporte aquático e um pequeno, mas eficiente, metrô compõem o sistema de transporte público de Copenhague.

Cultura da bicicleta

Bicicletas sempre estiveram presentes nas ruas de Copenhague, apesar de um breve “reinado” dos automóveis. (Fonte: Shutterstock)

As bicicletas e ciclovias são tão difundidas em toda a cidade que o termo em inglês copenhagenize passou a significar a implantação ou expansão da infraestrutura cicloviária. E a cidade exporta bons exemplos: quando Nova York decidiu tornar sua mobilidade urbana mais amiga dos ciclistas, o designer urbano suíço Jan Gehl foi contratado.

A capital conta com estacionamentos para bikes nas estações de metrô e de ônibus, além de semáforos sincronizados para permitir que os ciclistas circulem em horário de pico sem paradas e a uma velocidade média de 20 quilômetros por hora.

Com 338 quilômetros de ciclovias, quase 40% das pessoas pedalam diariamente, e esse número deve aumentar. Hoje, cerca 90% dos dinamarqueses têm bicicleta. Ainda que a cultura ciclista sempre tenha estado presente na cidade, houve um período em que as bikes sumiram das ruas.

Carros nas ruas

A partir da década de 1960, o número de usuários de bicicletas teve um declínio vertiginoso. Isso porque o entusiasmo pelos carros iniciou um planejamento de má escolha nas cidades, quando as redes de bondes foram reduzidas ou desmontadas para darem espaço a automóveis.

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Hoje, o tráfego está enfraquecendo novamente, pois as cidades perceberam que ainda podem acomodar carros, mas em uma proporção equilibrada com outros modos de transporte. Cerca de 40% dos dinamarqueses têm automóvel, um número bem menor se comparado aos que têm bicicletas.

A partir da crise do petróleo, nos anos 1970, a população pressionou o governo para adotar uma mobilidade urbana mais sustentável. Os veículos próprios saíram para dar espaço para o transporte público e, principalmente, o retorno das bicicletas.

Cidade caminhável

Copenhague foi considerada a “cidade mais caminhável do mundo”, de acordo com a Walk 21, uma organização sem fins lucrativos. Com pequenas áreas verdes distribuídas pelo tecido urbano compacto em vez de grandes parques, a ideia do design da capital dinamarquesa foi criar espaços de reunião urbana por toda a extensão.

Futuro da cidade

Copenhague deve seguir com bicicletas e transporte público fortes ao mesmo tempo que implementa outras medidas sustentáveis. (Fonte:quiggyt4 / Shutterstock)

Com o objetivo de se tornar a primeira capital mundial com zero emissão de carbono até 2025, Copenhague tem promovido uma revolução verde com a utilização de energia renovável e reciclagem, mobilidade verde e cidade inteligente.

4 relações entre doenças e transformações urbanas

Para atingir a meta ambiciosa, a cidade investe forte em mobilidade urbana verde, além de gestão de água e resíduos, edifícios sustentáveis e energia renovável, como eólica, solar, usinas verdes e biocombustíveis.

Fonte: ArchDaily, Smart Cities Dive, Copenhague Capacity, Forbes, Travel Media

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