A adaptação das cidades e a educação do trânsito são ações positivas no combate aos acidentes graves e fatais
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Cada vez mais brasileiros têm aderido às bicicletas, mas a falta de políticas públicas que garantam a segurança de quem pedala tem levado ao aumento no número de acidentes nas vias.
Só no último ano, entre os meses de janeiro e julho, o estado de São Paulo registrou 238 mortes envolvendo bicicletas, o maior percentual registrado nos últimos 5 anos.
Neste mês, marcado pela campanha Maio Amarelo, que visa chamar a atenção para o número de mortos e feridos no trânsito, o Estadão Summit Mobilidade Urbana traz à luz o seguinte debate: como reduzir os acidentes com ciclistas no Brasil?
Confira algumas soluções.
Segundo o Ipea, existem cerca de 41 milhões de bicicletas no Brasil. Dessa forma, a criação e a manutenção de espaços físicos para o deslocamento de bikes, como as ciclofaixas e ciclovias, são extremamente necessárias para a redução do número de acidentes com esse tipo de veículo. Esses recursos segregam os ciclistas dos veículos motorizados e fornecem confiança para que mais pessoas comecem a utilizar a bicicleta como meio de locomoção — o que consequentemente acalma o trânsito e torna as ruas menos perigosas.
Os investimentos na infraestrutura também devem permitir que as cidades se tornem cada vez mais compactas e conectadas, reduzindo as distâncias das viagens e impulsionando o transporte coletivo, ao passo que ocorre a desestimulação do uso do veículo particular.
Segundo o relatório Sustentável e Seguro, lançado pelo WRI Ross Center for Sustainable Cities e pelo Banco Mundial, para cada aumento de 1% na velocidade, há um aumento de 4% nos acidentes fatais. A redução da velocidade nas vias urbanas é uma medida simples que favorece todos os agentes envolvidos no trânsito, reduzindo o número de acidentes e mortes.
Para isso, limites de velocidades podem ser estipulados e ruas se tornarem mais inteligentes com a inserção de lombadas, travessias elevadas e extensões do meio-fio.
A educação no trânsito tem reduzido acidentes de forma significativa em diversos países, como é o caso da Nova Zelândia, que conseguiu reduzir o número em expressivos 25%.
O conhecimento do trânsito deve ser introduzido nas escolas ainda durante a adolescência, para que competências sejam trabalhadas e possibilitem a criação de motoristas adultos seguros e bem treinados no futuro.
No Brasil, o código de trânsito, por meio do artigo 76, diz que a educação para o trânsito deve acontecer desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, mas infelizmente ainda faltam iniciativas governamentais para que a ação seja colocada em prática.
A educação também deve incluir os profissionais das áreas de trânsito, visto que muitos deles sofrem com a falta de capacitação técnica e a não padronização de processos e normas educacionais — produzindo motoristas com déficit de conhecimento no que tange aos riscos e às normas de trânsito.
Profissionais da Saúde (como bombeiros e motoristas de ambulâncias), taxistas, técnicos do urbanismo e outras profissões também devem ser incluídos nesse processo.
Fonte: Observatório da Bicicleta, WRI Brasil, Portal do Trânsito.