Como surgiu o conceito de Mobilidade como Serviço (Maas)?

15 de abril de 2020 3 mins. de leitura

Entenda a ascensão dessa proposta que chama a atenção até do poder público

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A principal mudança de paradigma do Mobility as a Service (MaaS), ou Mobilidade como Serviço, em português, é colocar o passageiro no centro das atenções, oferecendo um melhor serviço e experiência de forma personalizada e integrada.

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A proposta nasceu na Finlândia, onde já desempenha um papel fundamental na política nacional de transportes. Lá, a ideia é amplamente reconhecida como inovação disruptiva, que mudará todo o universo dos transportes por meio da combinação dos melhores aplicativos existentes.

O finlandês Sampo Hietanen é considerado um dos fundadores do conceito. O “embrião” da proposta surgiu em 1996, quando a criação de um “assistente inteligente de informações” foi sugerida pelos cientistas de dados durante uma conferência de turismo realizada na Áustria. Em 2006, Hietanen teve a ideia de criar pacotes de mobilidade; no entanto, os primeiros passos para o MaaS foram dados só a partir da apresentação que ele fez em uma Conferência de Tecnologia em 2014, na qual apresentou a ideia de mobilidade como serviço para um público de 200 pessoas.

Apresentação na Conferência de Tecnologia Heureka, que começou a tornar popular o conceito de Mobility as a Service. (Fonte: Whimapp/Divulgação)

Helsinque é frequentemente considerada a primeira cidade do mundo a oferecer uma oferta abrangente de MaaS. Os moradores da capital finlandesa podem usar, desde 2016, um aplicativo chamado Whim para se planejar e pagar por todos os modos de transportes público e privado na cidade — seja trem, táxi, ônibus e carro ou bicicleta compartilhados.

Os passageiros podem pagar antecipadamente pelo serviço como parte de uma assinatura mensal de mobilidade ou pagar à medida que usam uma conta de pagamento vinculada ao serviço. O objetivo é torná-lo tão conveniente para os usuários se locomoverem, que eles optem por desistir de seus veículos pessoais até 2025.

(Fonte: Shutterstock)

A adoção do MaaS por planejadores e operadores de transporte é uma saída vantajosa. Primeiro, porque adicionar uma nova infraestrutura para aliviar o congestionamento — rodoviário ou de trânsito — é notoriamente lento e dispendioso.

Conforme a densidade urbana cresce, mais o MaaS fornece maneiras alternativas de mover pessoas e mercadorias de modo mais rápido, limpo e barato do que as opções atuais. Adicionando maior variabilidade no lado da oferta de transporte, o MaaS poderia transformar um sistema de transporte inflexível em um que é significativamente mais flexível.

Além disso, os consumidores adotaram cada vez mais novas opções de aplicativos de mobilidade na última década. O compartilhamento de veículos teve quase 5 milhões de usuários em todo o mundo em 2014, e projeta-se que esse número exceda 23 milhões de membros até 2024. Existem mais de mil serviços de compartilhamentos de bicicletas públicas em mais de 50 países. Em 2004, apenas 11 cidades do planeta tinham esses programas.

(Fonte: Shutterstock)

Paris, Eindhoven, Gotemburgo, Montpellier, Viena, Hannover, Las Vegas, Los Angeles, Denver, Cingapura e Barcelona têm todas as versões locais do MaaS, desde ofertas modestas, ponto a ponto, a transportes públicos integrados a serviços de mobilidade que incluem agentes do setor privado.

Fonte: WRI Brasil, SkedGo, UITP, Whimapp, Deloitte, Method City.

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