Erros de compartilhamento de bicicletas geram crise na China

22 de outubro de 2019 3 mins. de leitura

China sofre com erros no processo em negócio de compartilhamento de bicicletas

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A chinesa apelidada de “pequena bicicleta amarela”, Ofo, tem passado por uma crise financeira de grande repercussão no país. Dai Wei, fundador da empresa, encontra-se em uma lista do governo de contas não pagas. Além dessa, várias outras startups do ramo passam por inúmeros problemas.

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A Ofo levantou US$ 2,2 bilhões, de acordo com a Crunchbase, e a mídia tratou o negócio das bicicletas compartilhadas como uma das “quatro novas grandes invenções” da China, e muito rapidamente as cidades pareciam um lugar com bicicletas gratuitas para todos — e não demorou muito para essa febre se tornar loucura e caos.

Milhões de ciclistas estão exigindo de volta o dinheiro que depositaram no aplicativo das bicicletas, e, ao usarem o aplicativo da Ofo para solicitar o reembolso, entraram em uma fila de quase 12 milhões de pessoas.

Não só os pedidos de reembolso geraram grandes problemas para as empresas como também os vários erros cometidos pelos responsáveis.

Ao seguirem o modelo de gastar abundantemente para adquirir novos usuários e se preocuparem somente depois com os lucros, método usado por muitas companhias do mercado chinês, diversas empresas acabaram acumulando seu capital nas ruas, não tendo dinheiro em caixa para sair da crise com a qual se depararam.

E as declarações dadas por elas também foram prejudiciais, preocupando ainda mais a população ao invés de acalmá-la.

Diversas decisões melhores poderiam ter sido tomadas, como o fato de as bicicletas terem de ser devolvidas em estações específicas. Na China, apesar de ser mais conveniente deixar a bike em qualquer lugar, isso causou um excesso de unidades abandonadas, atrapalhando o tráfego de pedestres pelas calçadas.

Também é necessário que seja repensado o modelo estratégico em que se gasta muito para investir sem pensar nos ganhos finais.

Além disso, é necessário agir corretamente em relação à concorrência. Antes mesmo de decidir por um negócio, deve-se evitar decisões precipitadas em meio à onda de inovação e modernidade.

Uma boa ideia de negócio como essa pode se tornar problemática, com o surgimento de “imitadores” no mercado, o que acirra a competição e até pode desvalorizar empresas e investidores, como foi o caso.

Outros agravantes da crise chinesa que poderiam ter sido evitados com melhores decisões são o roubo e o vandalismo das bicicletas.

Não havendo mau comportamento e desordem por parte da população, de empresários e demais envolvidos, todo o problema seria mais rapidamente resolvido, com razão e discernimento, pelo bem comum.

Fontes: The New York Times.

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