Ainda antes do ano estipulado, todos os automóveis homologados a partir de julho de 2022 já devem ser lançados com o limitador de velocidade
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Os limitadores de velocidade são equipamentos que contribuem para a segurança, auxiliando o motorista a manter a máxima permitida na via. Também é um fator de comodidade, uma vez que o motorista não precisa mais olhar para o velocímetro a todo momento: um alarme começa a soar quando o limite é ultrapassado. Em outros carros, o próprio motor corta a aceleração.
Na Europa, está se tornando comum ter limitadores de velocidade inteligentes. Eles contam com câmeras instaladas na frente do veículo, além dos dados do GPS, para detectar quais são as máximas permitidas em cada via.
Esses sensores configuram o limitador de velocidade sem que o motorista precise intervir — é tudo automático. Esse tipo de equipamento, disponível só em alguns modelos mais caros no Brasil, será obrigatório no “velho continente”, em 2024.
A obrigatoriedade do limitador de velocidade foi anunciada pelas autoridades europeias em 2019 e começará a valer para todos os carros novos homologados a partir de julho de 2022. Já os modelos que foram lançados anteriormente têm até 2024 para se adequarem às novas regras. De todo modo, será muito mais difícil “pisar fundo” na Europa.
O sistema aprovado pelas autoridades é o ISA (sigla em inglês para assistente de velocidade inteligente). Ele tem capacidade de “ler” as placas de trânsito com câmeras acopladas na frente do carro, cruza esses dados com os do GPS e transmite a máxima permitida naquela via para o limitador de velocidade.
Com isso, se o motorista tentar acelerar além do limite, o sistema envia uma série de avisos sonoros e visuais até cortar a aceleração do carro — apenas em situações específicas, como uma ultrapassagem, será possível passar do permitido. Para tanto, é preciso pisar mais fundo no pedal do acelerador, desativando o sistema automaticamente.
Em modelos mais simples, contudo, apenas os alarmes sonoros poderão estar presentes — o que o Conselho Europeu de Segurança nos Transportes (ETSC) espera que não aconteça. Em nota, o órgão encorajou as fabricantes a incluir sistemas mais complexos e seguros.
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A proposta do ETSC vai ao encontro do que algumas fabricantes europeias já estavam fazendo por conta própria. A sueca Volvo, por exemplo, já tinha anunciado em 2020 que seus modelos seriam limitados a 180 km/h — parte de um plano para zerar as mortes e os acidentes graves nos carros da empresa. Já a francesa Renault anunciou o mesmo limite, de 180 km/h, para os carros fabricados a partir de 2022, excetuando os modelos esportivos.
Vale também lembrar que carros elétricos costumam ter limite de 180 km/h, para conservar a energia das baterias. Os modelos esportivos feitos na Alemanha costumam ser limitados em 250 km/h, por um “acordo de cavalheiros” entre fabricantes e governo, para diminuir o risco nas autobahns (estradas “sem limite de velocidade” do país).
Ainda que a medida tenha objetivo nobre (diminuir o número de acidentes e mortes), ela recebeu críticas de alguns setores. Para entusiastas do automobilismo, é um exagero limitar todos os automóveis (inclusive esportivos) em todas as vias (incluindo estradas pouco movimentadas).
Outras pessoas argumentam que as câmeras usadas por esse sistema nem sempre funcionam bem e que alertas sonoros incomodam os motoristas, podendo ser ainda mais perigosos do que andar acima do limite.
Apesar desses argumentos, o ETSC espera uma redução de 20% no número de óbitos nas estradas do continente. De acordo com o órgão, um terço dos acidentes inclui veículos que estavam além da máxima permitida e, de qualquer maneira, o limitador de velocidade pode ser desligado ao acelerar fundo.
Fonte: Auto Trader UK, European Transport Safety Council, Carscoops.