A informação foi divulgada por um estudo feito no Reino Unido, que detectou a tendência na mobilidade urbana
Publicidade
O uso de bicicletas está crescendo durante a pandemia de covid-19, mas até que ponto isso é definitivo? Um estudo realizado no Reino Unido prevê que o crescimento de 300% no uso de bikes deve ser mantido por cerca de 93% dos atuais ciclistas da região. As informações podem apontar uma nova tendência mundial.
A pesquisa foi divulgada pelo Departamento de Trânsito britânico e batizada de National Travel Attitudes Study (NTAS), que visa entender como as pessoas estão se locomovendo e por quais motivos estão saindo de casa na região.
Conheça o maior e mais relevante evento de mobilidade urbana do Brasil
O estudo foi feito a partir de um questionário respondido entre os meses de maio e julho de 2020. É a quarta 4ª pesquisa de NTAS feita pelo órgão público, que batizou o novo levantamento de dados de Onda Quatro (em inglês, Wave Four).
A maioria dos contatos foi feita de forma online ou telefônica, alcançando um total de 2,668 mil pessoas como amostragem. Nesse levantamento, 39% dos participantes disseram estar caminhando mais, e 38% afirmaram estar pedalando mais.
Desses que estão utilizando mais essas formas de locomoção, em torno de 93% das pessoas contaram que pretendem continuar com a prática de andar ou de utilizar as bikes como meio de transporte.
Algumas questões levaram ao aumento da presença das bikes. Entre elas estão um aconselhamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontou a mobilidade ativa como a forma mais segura de deslocamento, e o próprio medo generalizado de aglomerações.
A pesquisa apresentou, por exemplo, esta situação no Reino Unido: dos entrevistados pela NTAS, 86% expressaram preocupação com transportes públicos, como ônibus, avião e trem; e 68% apresentaram receio com meios individuais compartilhados, como táxi, Uber e bicicletas de rua compartilhadas. Em comparação com esses dados, apenas 19% dos entrevistados mostraram insegurança quando o assunto é caminhar ou usar uma bike.
As informações obtidas ajudam a ilustrar o crescente número de pessoas que adotaram na rotina o uso das “magrelas”, seja para fazer exercício ou como meio de transporte. Agora, o intuito do governo britânico é acertar no investimento desse meio de transporte verde, com a expectativa de que a mudança seja definitiva na mobilidade urbana do Reino Unido.
Em terras brasileiras, a tendência é acompanhar a realidade registrada nas comunidades britânicas. O avanço no interesse pelas bicicletas e formas de transporte mais sustentáveis pode ser sentido nos investimentos dos últimos anos em ciclovias e ciclofaixas
Por exemplo, o número de ciclovias nas capitais do Brasil cresceu 133% entre 2014 e 2018, alcançando mais de 3 mil quilômetros de vias exclusivas para quem usa bicicleta. Além da infraestrutura para isso, o número de bikes tem aumentado expressivamente durante a pandemia.
Segundo dados da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), as vendas do meio de transporte verde subiram 118% durante julho de 2020, apresentando uma tendência semelhante à do Reino Unido. Ainda não é possível saber se os brasileiros também continuarão a usar bicicletas em uma realidade pós-pandemia. O fato é que em âmbito global, a bike não para de crescer.
Fonte: Revista Bicicleta, Cycling Industry, Departamento de Transporte do Reino Unido.
Conheça o Estadão Summit Mobilidade Urbana e veja o que rolou na última edição do evento