Realidade virtual capacita pessoas com deficiência para usar transporte público

6 de março de 2025 3 mins. de leitura

Tecnologia simula ambientes e permite que PCDs pratiquem a navegação pelo metrô de São Paulo Por Daniela Saragiotto – editada por Mariana Collini em 06/03/2025 De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), há 70 milhões de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) no mundo e, no Brasil, acredita-se que 2 milhões […]

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Tecnologia simula ambientes e permite que PCDs pratiquem a navegação pelo metrô de São Paulo

Por Daniela Saragiotto – editada por Mariana Collini em 06/03/2025

De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), há 70 milhões de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) no mundo e, no Brasil, acredita-se que 2 milhões de cidadãos tenham algum grau de autismo. Além disso, em torno de 2,6 milhões de brasileiros – cerca de 1,4% da população do País – declararam ter algum tipo de deficiência intelectual.

Com foco nessa realidade, o Instituto Jô Clemente (IJC) firmou uma parceria com a Alstom Foundation para viabilizar a segunda fase do programa Realidade Virtual para Inclusão. A iniciativa, contudo, tem foco no treinamento de pessoas com deficiência (PCDs) para que se habituem a usar o transporte público.

Assim, o projeto prevê a formação de mais de 900 participantes, com meta de incluir 375 deles no mercado de trabalho. Em sua maioria, são pessoas com deficiência intelectual e transtorno do espectro autista (TEA).

Tecnologia para treinar pessoas com deficiência

Realizado na sede do Instituto Jô Clemente (IJC), o treinamento usa um software de realidade virtual para simular ambientes reais, como o metrô de São Paulo. Dessa forma, essa segunda fase da iniciativa foca o treinamento de situações mais complexas, como transferências dentro da rede metroviária.

“A expansão do programa para um sistema de transporte tão desafiador quanto o metrô reforça o compromisso da Alstom Foundation e do IJC com a inclusão e a autonomia de pessoas com deficiência intelectual e TEA,” diz Ana Caiasso, diretora de comunicação e responsabilidade social corporativa da Alstom para a América Latina.

De acordo com a empresa, a nova fase permitiu ao IJC adquirir novos equipamentos, como headsets adicionais de realidade virtual e carregadores extras, o que possibilita acesso ininterrupto às experiências imersivas.

Como são os treinamentos, na prática

Para ganhar confiança ao usar o transporte público, os participantes fazem exercícios de embarque e desembarque, além de memorização de rotas. Nesta etapa do treinamento, entretanto, as pessoas também treinam como fazer transferências dentro da rede.

De acordo com a parceria, o programa também disponibiliza instruções visuais e ferramentas de comunicação visual e auditiva. Esses materiais facilitam a interação e a compreensão do conteúdo pelos participantes.

O programa foi desenvolvido com o apoio técnico do Centro Interdisciplinar de Tecnologias Interativas da Universidade de São Paulo (LSI-TEC-USP).

Dessa forma, o novo espaço de treinamento fica na sede do Instituto Jô Clemente (IJC), localizado na Vila Clementino, em São Paulo. O espaço será utilizado para complementar as aulas e atividades já oferecidas pelo Instituto.

“Estamos entusiasmados com essa segunda etapa do projeto. Essa tecnologia inovadora facilita a autonomia e a segurança nos deslocamentos, ampliando as oportunidades de participação social das pessoas que atendemos”, afirma Daniel Mendes, CEO no Instituto Jô Clemente (IJC).

https://mobilidade.estadao.com.br/pcd/projeto-usa-realidade-virtual-para-treinar-pessoas-com-deficiencia-a-usarem-transporte-publico/

Foto: Divulgação/IJC

 

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