Patinetes e estacionamentos: o novo desafio da mobilidade urbana

22 de janeiro de 2020 3 mins. de leitura

Bicicletas e patinetes estão enchendo as ruas, mas quais são os desafios quando esses novos meios de transporte estão parados?

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A popularidade dos aplicativos de aluguel de bicicletas e patinetes está crescendo cada vez mais. Em termos de transporte, há muitos ganhos e algumas adaptações a serem feitas; entretanto, assim como qualquer outro veículo, esses precisam de um lugar para serem estacionados, e isso exige uma nova maneira de olhar para os espaços livres e aqueles nem tão livres assim.

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Não é difícil perceber que o meio-fio (também conhecido como guia ou borda da calçada) é palco de uma constante batalha de estacionamento. Carros particulares, táxis, veículos alugados, ônibus e motos já são presença carimbada em muitos lugares, especialmente nos mais movimentados, que acabam unindo as necessidades de diversas pessoas.

Muitos países já estão lidando com esse cenário há tempos, e alguns até desenvolveram estratégias para solucionar o problema. No Brasil, por exemplo, existe a Zona Azul, uma ideia que seguiu a tendência mundial das grandes cidades. Desde sua oficialização, em 2008, as vagas do espaço são pagas pelos motoristas de acordo com a necessidade, respeitando os limites de horário. Isso faz com que haja mais rotatividade e um maior fluxo no trânsito.

Agora, surgem novas peças no jogo. Como lidar com as bicicletas e os patinetes que não param de aparecer nas calçadas?

(Fonte: Shutterstock)

Entendendo o estacionamento nas ruas

A Zona Azul e as demais manobras similares não foram criadas sem um estudo prévio do que estava causando problemas e como seria possível resolvê-los. É hora de reforçar as pesquisas a esse respeito, algo que a organização Transportation for America está fazendo: reunir dados e procurar trabalhar com as empresas que trouxeram todo esse impacto para a mobilidade urbana, como Uber, 99 e Grin.

O grande desafio é que, na maioria das vezes, os dados dependem dessas companhias, e elas não costumam ser muito favoráveis à sua divulgação, ainda que para os governos locais. Sem as informações certas, as políticas públicas correm o risco de ser financiadas sem perspectivas reais de sucesso.

A professora Susan Crawford, em artigo para a revista Wired, analisou a questão e chegou à conclusão inevitável: os dados deveriam ser condição exigida pelas cidades para autorizar a implementação de novos meios de transporte. Isso não significa qualquer cobrança extra, apenas uma maneira de estudar as repercussões e fazer as mudanças necessárias no mapeamento das ruas.

(Fonte: Shutterstock)

É claro que há um caminho delicado entre a liberação das informações pelas empresas e a pesquisa realizada pelos governos. São dados sigilosos, e é direito das companhias que elas saibam onde e porque eles estão sendo usados, mas mais importante ainda é garantir que não ocorra qualquer divulgação inapropriada que possa ferir a competição saudável do mercado ou mesmo os clientes das plataformas.

A partir de análises mais aprofundadas e reflexões, as cidades conseguirão organizar a onda de bicicletas e patinetes. Será possível compreender como recolher e distribuí-las, quais equipamentos podem ser usados para mantê-las em segurança quando estacionadas, quais regiões têm mais usuários e como regulamentar o uso do meio-fio.

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Fontes: Transportation for America, Zona Azul.

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