Ciclovias temporárias, incentivos para a compra de bikes e projetos de ruas abertas fizeram de 2020 um dos anos mais frutíferos para o mercado de bicicletas. Fugindo de aglomerações, muita gente aderiu a esse modal e, ao que parece, a mudança de hábito veio para ficar.
A tendência impactou também o segmento de bikes elétricas, que registrou alta principalmente em países do Hemisfério Norte. Segundo a empresa de pesquisa de mercado NPD Group, as vendas desse tipo de veículo cresceram 145% nos Estados Unidos, ultrapassando a comercialização de todas as bicicletas, que subiu 65%. Na Holanda, 400 mil unidades foram vendidas no ano passado, o que corresponde a 68% do total.
Bike elétrica ou motorizada: qual escolher?
A bike comum é muito usada em trajetos curtos e, em rotas mais longas, tende a complementar a viagem, sendo combinada com ônibus, trens, metrôs e trechos a pé. A elétrica, por sua vez, é ideal para caminhos mais longos, o que faz desse modal uma “mão na roda” para quem trabalha longe de casa e quer evitar aglomerações.
É por isso que várias empresas norte-americanas têm incentivado o uso de e-bikes e até distribuído vouchers entre seus funcionários. A Lyft, por exemplo, que atua em nove cidades dos Estados Unidos, incluindo Nova York e Chicago, beneficiou cerca de 30 mil funcionários essenciais com passes anuais.
Boom no compartilhamento de bikes
O cenário atual tem ampliado o leque de produtos para usuários de bicicletas compartilhadas. Enxergando essa ascensão, empresas de micromobilidade de vários países têm eletrificado suas frotas: de acordo com a Associação Norte Americana de Compartilhamento de Bicicletas, já em 2019, 28% dos sistemas tinham e-bikes.
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A pesquisa também mostrou que esses veículos eram mais usados que os convencionais. Além disso, há casos em que a eletrificação atraiu mais usuários.
Sistemas municipais de compartilhamento de bicicletas têm aderido ao veículo elétrico, como na cidade americana de Charlotte, que passou a usar uma frota totalmente elétrica durante a pandemia.
Há quem defenda até que o bikesharing elétrico está incentivando a compra de bicicletas próprias. “Poder experimentar uma e-bike por uma taxa muito baixa atrai as pessoas inicialmente a experimentá-la”, disse Helen Bradley, gerente geral da Madison BCycle, empresa de micromobilidade cujos veículos podem rodar de 48 quilômetros a 56 quilômetros com uma só carga mediante uma velocidade máxima de 27 quilômetros por hora.
Quem tem bike elétrica usa menos carro, afirma estudo
Se os sistemas de bicicletas compartilhadas se pretendiam chegar até a última milha, com essa ascensão, as possibilidades são maiores. Em um futuro não tão distante, as elétricas podem se tornar sérias concorrentes de modais que chegam mais longe, como ônibus e metrô. Resta saber se a moda vai pegar por aqui também.
Fontes: NY Times, Yellow Jersey
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