A camada de ozônio estará recuperada até 2030 nas latitudes médias; saiba o que foi feito para combater o buraco na atmosfera
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Quase 40 anos atrás, os cientistas descobriram que as atividades humanas estavam esgotando a camada de ozônio e que um buraco se formou sobre a Antártica. Essas descobertas preocupantes uniram o mundo para enfrentar um desafio ambiental de uma vida.
Décadas depois, o buraco na camada de ozônio já percorreu um longo caminho desde sua terrível perspectiva na década de 1980; porém, ainda não é motivo para comemoração, pois há esforços em andamento entre legisladores e cientistas para garantir que o ozônio na atmosfera seja protegido.
Ozônio (O3) é um gás altamente reativo encontrado perto da superfície da Terra, mas a maior parte está concentrada na estratosfera. No nível do solo, o ozônio é uma molécula venenosa para os humanos e pode causar danos aos pulmões quando inalado.
No entanto, é essencial e protetora a 30 km acima do solo. No nível estratosférico, ela se conecta com outras moléculas de ozônio em uma capa conhecida como camada de ozônio. Essas moléculas de ozônio absorvem a radiação ultravioleta, agindo como um protetor solar para a vida na Terra.
Os cientistas identificaram as emissões de certos gases contendo substâncias destruidoras da camada de ozônio como a principal fonte do problema. Os clorofluorcarbonetos (CFCs) são um dos gases mais prejudiciais à camada de ozônio e foram amplamente usados até o final dos anos 1980.
Muitos refrigeradores e condicionadores de ar usavam CFC, contribuindo para emitir níveis perigosos de gás cloro na atmosfera. Assim que o cloro atinge a camada de ozônio, a radiação ultravioleta do sol o converte em uma substância reativa, que então destrói as moléculas de ozônio. Outros compostos, como o bromo, também desempenham um papel na redução da camada de ozônio.
A redução da camada de ozônio é um risco à saúde humana. Isso porque mais raios ultravioleta do sol podem passar pela camada e atingir a superfície da Terra. O excesso de radiação UVB é particularmente preocupante, pois pode causar câncer de pele e catarata, prejudicando a vida marinha e as plantas, bem como reduzindo a produtividade das safras de arroz, trigo e soja.
Embora os CFCs não pareçam causar o aquecimento global, um quadro diferente emerge com o aquecimento regional. Pesquisas recentes mostraram que esses mesmos gases aceleraram o aumento de temperaturas do Ártico, contribuindo para o aumento do nível do mar e o aquecimento da superfície no Polo Norte.
Em 1987, as Nações Unidas estabeleceram o Protocolo de Montreal para regular as quantidades desses gases na atmosfera. O acordo foi assinado por 197 países, e é o único tratado da ONU na história a alcançar a ratificação universal.
Com o tempo, o protocolo foi atualizado para incluir mais substâncias que poderiam causar danos à camada de ozônio e ao clima. Por exemplo, em 2016, os hidrofluorcarbonos foram adicionados à lista de substâncias controladas, pois esses gases foram identificados como potentes gases de efeito estufa.
O tratado é considerado um dos protocolos de maior sucesso para enfrentar o desafio ambiental causado pelo ser humano, então as concentrações de gases destruidores da camada de ozônio na atmosfera diminuíram significativamente.
Até 2030 a camada de ozônio terá se recuperado totalmente nas latitudes médias, segundo os pesquisadores. A recomposição estaria completa no Hemisfério Sul em 2050, e 10 anos depois nas regiões polares.
Fonte: European, Enviroment Agency, Nasa, Discover, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).