A poluição sonora provocada pelo trânsito causa indiretamente doenças cardiovasculares, insônia e estresse, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Quase um terço das pessoas no mundo tem perdas auditivas relacionadas ao ruído provocado pela mobilidade urbana.
O número de queixas por barulho aumentaram em 2022 e superaram os níveis pré-pandêmicos em São Paulo. No primeiro semestre, o Programa de Silêncio Urbano (Psiu) da prefeitura paulistana registrou quase 13 mil chamados, mais que o dobro de reclamações em comparação com o mesmo período do ano passado e superior a mais de 9 mil reclamações de 2019.
No entanto, uma série de ações de mobilidade sustentável podem contribuir para reduzir o volume de decibéis (dB) de uma área urbana. Especialmente, a promoção de mobilidade não motorizada, do transporte coletivo e da eletrificação dos veículos.
O que provoca a poluição sonora?
A poluição sonora é qualquer ruído que ultrapasse o nível de 65 dB. A partir desse ponto, o organismo começa a apresentar reações que abalam o sistema imunológico, segundo informações da OMS.
A origem desse barulho nas cidades, geralmente, é atribuído aos motores a combustão e ao tráfego aéreo, além de obras de construção, lazer noturno e animais.
A exposição a sons acima de 70 dB provoca zumbidos, tontura e aumenta as chances de infarto. Um volume superior a 85 dB durante oito horas diárias é capaz de danificar as estruturas da audição de forma progressiva até levar a surdez. Uma buzina de um automóvel, por exemplo, chega a 110 dB.
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O que é mobilidade sustentável?
O conceito de mobilidade sustentável foi criado para reduzir as emissões de poluentes atmosféricos relacionados ao transporte visando limitar as mudanças climáticas. O transporte motorizado individual é peça-chave para esse objetivo. Os automóveis foram responsáveis por 40% das emissões globais referentes à mobilidade humana e de produtos, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).
Para alcançar a meta de zerar o carbono até 2050, o setor de transporte deve reduzir em 20% em uma década, saindo das atuais 7,2 gigatoneladas de CO2 equivalente em 2020 (GT CO2) para 5,7 GT CO2 em 2030.
O objetivo só poderá ser alcançado com políticas de promoção de infraestrutura para veículos de zero emissões e de apoio à descarbonização da aviação, frete marítimo e transporte rodoviário pesado, segundo relatório da IEA.
Como promover a mobilidade sustentável
A mobilidade sustentável busca aumentar a eficiência no uso de recursos do transporte, o que inclui veículos mais silenciosos. Na prática, as ações podem ser resumida em três eixos principais, conhecidos como Avoid-Shift-Improve (ASI):
- Avoid — evitar viagens motorizadas.
- Shift — realizar deslocamentos de forma mais eficiente.
- Improve — melhorar as tecnologias usadas em mobilidade.
Dessa forma, as ações incentivam modais de transporte de baixo impacto de carbono coletivo, a exemplo do trólebus, veículo elétrico sobre trilhos (VLT) ou metrô; e individual, tanto de micromobilidade (bicicletas, caminhadas e patinetes) quanto de veículos elétricos.
Fontes: Audaztec, Gvbus, Cetesb, Iberdrola, Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt)Ana, Agência Internacional de Energia (IEA)