Como a mobilidade sustentável pode reduzir a poluição sonora?

14 de outubro de 2022 4 mins. de leitura

Mobilidade sustentável ajuda a atenuar a poluição sonora que pode provocar danos irreversíveis à saúde

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A poluição sonora provocada pelo trânsito causa indiretamente doenças cardiovasculares, insônia e estresse, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Quase um terço das pessoas no mundo tem perdas auditivas relacionadas ao ruído provocado pela mobilidade urbana.

O número de queixas por barulho aumentaram em 2022 e superaram os níveis pré-pandêmicos em São Paulo. No primeiro semestre, o Programa de Silêncio Urbano (Psiu) da prefeitura paulistana registrou quase 13 mil chamados, mais que o dobro de reclamações em comparação com o mesmo período do ano passado e superior a mais de 9 mil reclamações de 2019.

No entanto, uma série de ações de mobilidade sustentável podem contribuir para reduzir o volume de decibéis (dB) de uma área urbana. Especialmente, a promoção de mobilidade não motorizada, do transporte coletivo e da eletrificação dos veículos.

O que provoca a poluição sonora?

Buzinas são as principais causas da poluição sonora nas cidades. (Fonte: Shutterstock/Eduard Goricev/Reprodução).

A poluição sonora é qualquer ruído que ultrapasse o nível de 65 dB. A partir desse ponto, o organismo começa a apresentar reações que abalam o sistema imunológico, segundo informações da OMS.

A origem desse barulho nas cidades, geralmente, é atribuído aos motores a combustão e ao tráfego aéreo, além de obras de construção, lazer noturno e animais.

A exposição a sons acima de 70 dB provoca zumbidos, tontura e aumenta as chances de infarto. Um volume superior a 85 dB durante oito horas diárias é capaz de danificar as estruturas da audição de forma progressiva até levar a surdez. Uma buzina de um automóvel, por exemplo, chega a 110 dB.

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O que é mobilidade sustentável?

Motores elétricos, além de não emitirem gases de efeito estufa, são muito mais silenciosos que os motores movidos a combustão. (Fonte: GettyImages/Reprodução).

O conceito de mobilidade sustentável foi criado para reduzir as emissões de poluentes atmosféricos relacionados ao transporte visando limitar as mudanças climáticas. O transporte motorizado individual é peça-chave para esse objetivo. Os automóveis foram responsáveis por 40% das emissões globais referentes à mobilidade humana e de produtos, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).

Para alcançar a meta de zerar o carbono até 2050, o setor de transporte deve reduzir em 20% em uma década, saindo das atuais 7,2 gigatoneladas de CO2 equivalente em 2020 (GT CO2) para 5,7 GT CO2 em 2030.

O objetivo só poderá ser alcançado com políticas de promoção de infraestrutura para veículos de zero emissões e de apoio à descarbonização da aviação, frete marítimo e transporte rodoviário pesado, segundo relatório da IEA.

Como promover a mobilidade sustentável

A mobilidade sustentável busca aumentar a eficiência no uso de recursos do transporte, o que inclui veículos mais silenciosos. Na prática, as ações podem ser resumida em três eixos principais, conhecidos como Avoid-Shift-Improve (ASI):

  • Avoid — evitar viagens motorizadas.
  • Shift — realizar deslocamentos de forma mais eficiente.
  • Improve — melhorar as tecnologias usadas em mobilidade.

Dessa forma, as ações incentivam modais de transporte de baixo impacto de carbono coletivo, a exemplo do trólebus, veículo elétrico sobre trilhos (VLT) ou metrô; e individual, tanto de micromobilidade (bicicletas, caminhadas e patinetes) quanto de veículos elétricos.

Fontes: Audaztec, Gvbus, Cetesb, Iberdrola, Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt)Ana, Agência Internacional de Energia (IEA)

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