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A humanidade sempre procurou novos meios para se locomover. Por isso, saber exatamente a origem de um veículo tão difundido como a bicicleta é uma tarefa árdua. No Oriente, existem relatos de uma invenção que poderia ter sido a precursora da bike há pelo menos 2,5 mil anos. Outras teorias, mais contestadas, afirmam que na Idade Média Leonardo da Vinci teria criado um esboço da invenção.
Primórdios: a história da bicicleta
De mais concreto, temos o fato de que no século 17 alguns triciclos movidos a manivelas operadas manualmente já existiam. Provavelmente foi daí que, em 1817, o Barão alemão Karl Drais se inspirou para criar a draisiana, a antecessora da bicicleta como a conhecemos.
A draisiana era um veículo com duas rodas interligadas por uma estrutura de madeira em que o condutor se sentava. O veículo continha um guidão que podia direcioná-lo e um sistema primitivo de freios. Apesar das semelhanças com a bicicleta, a draisiana não continha pedais e, para movimentá-la, era necessário usar o movimento dos pés, como em um patinete, no melhor estilo Flintstones.
O veículo não foi um sucesso imediato, mas ganhou popularidade na França, na Inglaterra e na Alemanha. Ao longo do século 19, melhorias foram sendo implementadas à invenção, como a substituição da estrutura de madeira por metal. A introdução dos pedais nas bicicletas também é objeto de disputa. Existem relatos de que a inovação tenha sido criada pelo ferreiro escocês Kirkpatrick MacMillan em 1839, porém não existem documentos ou provas da invenção.
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Desenvolvimento
Em 1860, os franceses Pierre Michaux e Pierre Lallement começaram a produzir um modelo de bicicleta com os pedais adicionados na roda dianteira. É nesse período que a invenção começa a ser chamada popularmente de bicicleta (bicycle). Nas primeiras versões, acreditava-se que o tamanho da roda dianteira poderia aumentar a velocidade do veículo. Por isso, rodas cada vez maiores foram sendo desenvolvidas.
Ainda nessa década surgiu a primeira ciclovia, partes das pistas de um parque em Paris foram destinados exclusivamente a velocípedes, para que estes não assustassem os cavalos que guiavam as carruagens.
Apesar do sucesso que a bicicleta começava a fazer, o veículo era considerado desconfortável de se guiar. Felizmente, nesse mesmo tempo a Revolução Industrial avançou rapidamente, e a tecnologia conseguiu criar peças para melhorar situações cotidianas.
Assim, em 1877, foram desenvolvidos modelos de bicicletas com os pedais fixados no quadro, com correntes e engrenagens mais modernas que possibilitavam o avanço do sistema de rodas.
Na década de 1880, o veterinário escocês John Dunlop (que deu origem à empresa de pneus Dunlop) desenvolveu um sistema de pneus com ar comprimido para o triciclo de seu filho. Ao tentar patentear a ideia, foi informado que outras patentes anteriores já existiam em diferentes países e acordos judiciais precisaram ser feitos.
De qualquer forma, foi o modelo dele que começou a ser utilizado em bicicletas, que até então tinham a roda feita de madeira ou metal e, às vezes, revestidas por borracha. Assim, no fim do século 19, a bicicleta já se parecia bastante com os modelos que conhecemos atualmente.
Ao longo do século seguinte, avanços continuaram a ser implementados, como os sistemas de marchas, melhoria nos freios e desenvolvimentos dos quadros de alumínio, fibra de carbono e outros materiais.
Após a Segunda Guerra Mundial, as bicicletas se popularizaram ainda mais na Europa, como um meio de transporte barato e efetivo. Outra invenção relevante foi a automatização das bikes, realizada por empresas como a Yamaha na década de 1970.
A história da bicicleta no Brasil
No Brasil, os primeiros relatos da utilização de bicicletas surgiram na década de 1890, de colônias alemães em São Paulo (SP) e em Curitiba (PR). Durante a primeira metade do século 20, surgiram empresas nacionais de bicicleta, mas a maioria das peças era importada.
Depois da Segunda Guerra, com a dificuldade de importação, empresas como a Caloi e a Monark começaram a desenvolver todas as peças nacionalmente, e o veículo virou “febre” no Brasil.
Fonte: Bike Registrada, Ecycle, Bicyle Network, Britannica