Ônibus elétrico transportou mais de 30 mil passageiros e rodou 120 mil quilômetros usando apenas energia solar
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O primeiro ônibus elétrico brasileiro movido exclusivamente a energia solar rodou 120 mil quilômetros e já transportou mais de 30 mil passageiros durante três anos. O veículo desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem capacidade para 37 passageiros sentados em poltronas estofadas, duas mesas de trabalho, ar-condicionado, wi-fi, pontos USB e tomadas 220v.
Toda a energia utilizada pelo veículo elétrico, batizado de eBus, é obtida por um sistema de placas solares instalado no telhado do laboratório de pesquisa da universidade. A eletricidade é armazenada em baterias de lítio no teto do veículo, que garantem uma autonomia de 70 quilômetros sem recarga.
A partir de 2017, o e-Bus passou a transportar estudantes, professores e funcionários da UFSC em horários regulares conforme as aulas, sem cobrança de tarifa. O ônibus elétrico leva 30 minutos para percorrer os 26 quilômetros que separam o campus da universidade do Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar Fotovoltaica, onde o projeto foi desenvolvido.
O e-Bus tem 12,7 metros de comprimento, e os sistemas de tração e de integração dele foram desenvolvidos pela Eletra, empresa referência mundial em transporte sustentável. Além disso, a WEG instalou um motor elétrico trifásico que pode alcançar 400 kW de potência.
As baterias de íons de lítio, com capacidade de armazenamento de 128 kW/h, recebem até quatro recargas rápidas por dia com duração de até seis minutos cada. O carregamento completo de forma lenta demora duas horas e meia.
O veículo conta com um sistema de propulsão elétrica, que leva a carga acumulada das baterias até o inversor de tração, gerando força necessária para que o veículo se movimente. O ônibus também tem um sistema de frenagem regenerativa, que reenvia 30% da energia gerada pela desaceleração do veículo para as baterias.
O projeto foi iniciado em 2016, quando recebeu um financiamento de R$ 1 milhão do então Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Os recursos fizeram parte de um conjunto de ações do Programa Tecnologias para Cidades Sustentáveis, que visava fortalecer o domínio e a presença das tecnologias relacionadas às placas solares e à energia fotovoltaica em território brasileiro.
Com exceção das baterias, que foram importadas do Japão pela Mitsubishi Heavy Industries, todo o veículo foi construído no Brasil. A implantação do ônibus solar contou com a parceria das empresas WEG, Marcopolo, Eletra e Mercedes.
Em agosto de 2019, o Ministério suspendeu o repasse dos recursos para o projeto, que tinha custos anuais de R$ 135 mil. Então, os pesquisadores, professores e alunos criaram uma vaquinha virtual, que arrecadou quase R$ 37 mil para manter o veículo funcionando, bem como para pagar os salários de dois motoristas. O dinheiro foi suficiente para manter os serviços até janeiro de 2020, quando o eBus parou de circular.
Fonte: Click Petróleo e Gás, Fotovoltaica UFSC, Weg, Eletrabus, Portal Solar, UFSC.
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