Até 2035, os milaneses devem contar com uma das principais redes de ciclovias da Europa
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Milão é conhecida como a capital mundial da moda e do design, além de ser referência em arte e finanças (é nela que funciona a Bolsa de Valores italiana). Agora, se depender do governo local, a mobilidade urbana vai entrar na lista: o Conselho Metropolitano de Milão aprovou uma política de ciclomobilidade que deve intensificar a circulação de bicicletas.
Esse é mais um passo importante para um polo urbano com mais de 7 milhões de pessoas e cujo desafio é conciliar os séculos de tradição com o atendimento de demandas bem modernas: fugir dos automóveis e pensar em novas tecnologias urbanas.
Conheça mais da superciclovia que será construída até 2035 e de que modo ela pode mudar a mobilidade de Milão e seus arredores.
Tem boa notícia para os ciclistas e mais uma vez ela vem da Itália. A proposta dos milaneses é reunir toda a região metropolitana em uma rede de ciclovia radial, que parte do centro em 16 rotas e se expande em direção à periferia. O movimento se assemelha à rede viária já existente para carros.
Os eixos cicloviários serão ligados por cinco círculos, permitindo a integração entre diferentes espaços da cidade e da região metropolitana, sem precisar ir até o centro da capital da Lombardia.
Mas, com 750 quilômetros de espaço dedicado a quem pedala, o projeto não chama a atenção apenas pelo tamanho. O governo local pretende equipar todo o trajeto com fibra ótica, o que permitirá, por exemplo, detectar em tempo real as condições de iluminação e acender as luzes sempre que a claridade não ajudar o ciclista, oferecendo mais segurança.
Outro mérito é que, quando concluída, a superciclovia terá 80% dos equipamentos públicos a menos de 1 km dela. Serviços de saúde e de educação, além das empresas que mais reúnem trabalhadores, serão de fácil acesso. Um estímulo a mais para deixar o carro em casa e apostar na mobilidade ativa.
O investimento para isso é alto. A estruturação da nova rede cicloviária está estimada em 250 milhões de euros. Em reais, a conta chegaria a quase R$ 1,5 bilhão. É como se por mais de dois anos todo o orçamento ligado à mobilidade da cidade de São Paulo fosse destinado às ciclovias, sem apoio de qualquer outro tipo de atividade: vias, placas, semáforos, obras, reformas e demais ações para a manutenção do sistema.
As obras devem estar concluídas até 2035, mas as primeiras delas serão entregues ainda neste ano. Isso tornará a cidade um dos polos mais amigáveis ao ciclismo em toda a Europa.
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Milão é uma das cidades mais versáteis da Europa, e isso inclui a gastronomia. A cidade que criou o panetone, o bolo de natal e o bife empanado (à milanesa) tem boas razões para pensar em queimar calorias andando de bike de vez em quando. Porém, Milão tem planos mais ousados.
A ideia é oferecer o suporte necessário para consolidar o aumento de ciclistas durante a pandemia. Se é verdade que infraestrutura gera demanda, os milaneses podem contar com uma transformação na mobilidade cotidiana.
Com a chegada da pandemia, há dois anos, a capital da Lombardia deu um primeiro passo importante ao priorizar a mobilidade ativa, como recomendou a Organização Mundial da Saúde (OMS). O projeto Ruas Abertas “jogou os automóveis para escanteio” e preparou o terreno para a construção de vias dedicadas aos ciclistas.
Portanto, na hora de planejar sua visita ao norte da Itália, aproveite para incluir o uso da “magrela” em seu roteiro de Milão. E pode ficar sossegado: a cidade tem bikes compartilhadas que vão ajudar a conhecer todo o charme da região.
Fonte: Câmara SP, ArchDaily, Mobilize.