Europa: Milão terá superciclovia de 750 quilômetros

19 de março de 2022 4 mins. de leitura

Até 2035, os milaneses devem contar com uma das principais redes de ciclovias da Europa

Publicidade

Milão é conhecida como a capital mundial da moda e do design, além de ser referência em arte e finanças (é nela que funciona a Bolsa de Valores italiana). Agora, se depender do governo local, a mobilidade urbana vai entrar na lista: o Conselho Metropolitano de Milão aprovou uma política de ciclomobilidade que deve intensificar a circulação de bicicletas.

Esse é mais um passo importante para um polo urbano com mais de 7 milhões de pessoas e cujo desafio é conciliar os séculos de tradição com o atendimento de demandas bem modernas: fugir dos automóveis e pensar em novas tecnologias urbanas. 

Conheça mais da superciclovia que será construída até 2035 e de que modo ela pode mudar a mobilidade de Milão e seus arredores.

Conheça a superciclovia de Milão

Projeto prevê a construção de 750 km de ciclovias até 2035. (Fonte: Shutterstock)
Projeto prevê a construção de 750 km de ciclovias até 2035. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Tem boa notícia para os ciclistas e mais uma vez ela vem da Itália. A proposta dos milaneses é reunir toda a região metropolitana em uma rede de ciclovia radial, que parte do centro em 16 rotas e se expande em direção à periferia. O movimento se assemelha à rede viária já existente para carros.

Os eixos cicloviários serão ligados por cinco círculos, permitindo a integração entre diferentes espaços da cidade e da região metropolitana, sem precisar ir até o centro da capital da Lombardia.

Mas, com 750 quilômetros de espaço dedicado a quem pedala, o projeto não chama a atenção apenas pelo tamanho. O governo local pretende equipar todo o trajeto com fibra ótica, o que permitirá, por exemplo, detectar em tempo real as condições de iluminação e acender as luzes sempre que a claridade não ajudar o ciclista, oferecendo mais segurança.

Outro mérito é que, quando concluída, a superciclovia terá 80% dos equipamentos públicos a menos de 1 km dela. Serviços de saúde e de educação, além das empresas que mais reúnem trabalhadores, serão de fácil acesso. Um estímulo a mais para deixar o carro em casa e apostar na mobilidade ativa.

O investimento para isso é alto. A estruturação da nova rede cicloviária está estimada em 250 milhões de euros. Em reais, a conta chegaria a quase R$ 1,5 bilhão. É como se por mais de dois anos todo o orçamento ligado à mobilidade da cidade de São Paulo fosse destinado às ciclovias, sem apoio de qualquer outro tipo de atividade: vias, placas, semáforos, obras, reformas e demais ações para a manutenção do sistema.

As obras devem estar concluídas até 2035, mas as primeiras delas serão entregues ainda neste ano. Isso tornará a cidade um dos polos mais amigáveis ao ciclismo em toda a Europa.

Leia também:

Milão cria projeto para reduzir uso de carro no pós-quarentena

Itália estrutura mobilidade para manter monumentos históricos

Itália oferece incentivo para compra de bikes durante pandemia

Saiba mais da mobilidade urbana em Milão

Mobilidade ativa cresceu em Milão desde 2020, com o projeto Ruas Abertas. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Mobilidade ativa cresceu em Milão desde 2020, com o projeto Ruas Abertas. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Milão é uma das cidades mais versáteis da Europa, e isso inclui a gastronomia. A cidade que criou o panetone, o bolo de natal e o bife empanado (à milanesa) tem boas razões para pensar em queimar calorias andando de bike de vez em quando. Porém, Milão tem planos mais ousados.

A ideia é oferecer o suporte necessário para consolidar o aumento de ciclistas durante a pandemia. Se é verdade que infraestrutura gera demanda, os milaneses podem contar com uma transformação na mobilidade cotidiana.

Com a chegada da pandemia, há dois anos, a capital da Lombardia deu um primeiro passo importante ao priorizar a mobilidade ativa, como recomendou a Organização Mundial da Saúde (OMS). O projeto Ruas Abertas “jogou os automóveis para escanteio” e preparou o terreno para a construção de vias dedicadas aos ciclistas.

Portanto, na hora de planejar sua visita ao norte da Itália, aproveite para incluir o uso da “magrela” em seu roteiro de Milão. E pode ficar sossegado: a cidade tem bikes compartilhadas que vão ajudar a conhecer todo o charme da região.

Fonte: Câmara SP, ArchDaily, Mobilize.

Quer saber mais? Confira aqui a opinião e explicação dos nossos parceiros especialistas em Mobilidade.

Webstories