Glossário Economia Verde; entenda os conceitos

13 de fevereiro de 2025 9 mins. de leitura

Para te ajudar a navegar nesse novo mundo, o Estadão preparou um glossário com os principais termos ligados à transição climática e energética Por Luciana Dyniewicz e Beatriz Bulla – editada por Mariana Collini em 13/02/2025 A transformação energética traz uma série de novas tecnologias para o nosso dia a dia. Muitas delas pouco conhecidas […]

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Para te ajudar a navegar nesse novo mundo, o Estadão preparou um glossário com os principais termos ligados à transição climática e energética

Por Luciana Dyniewicz e Beatriz Bulla – editada por Mariana Collini em 13/02/2025

A transformação energética traz uma série de novas tecnologias para o nosso dia a dia. Muitas delas pouco conhecidas e com diferenças que podem parecer sutis na comparação com produtos mais populares (como o etanol de segunda geração e o etanol), mas que não o são. Para te ajudar a navegar nesse novo mundo, o Estadão preparou um glossário.

● BIOCOMBUSTÍVEL: Os biocombustíveis são fabricados a partir de matéria orgânica, tanto de origem vegetal (como a cana-de-açúcar, a soja, o milho e o girassol), como animal (sebo bovino, por exemplo). Eles são considerados menos poluentes que os fósseis, em grande parte, porque sua produção envolve o cultivo de plantas. Um exemplo é o etanol, fabricado a partir da cana-de-açúcar. Quando os cientistas calculam as emissões de um carro movido a etanol, todo o ciclo de vida da fonte de energia é contabilizado, o que inclui a cana que, quando estava plantada, retirou gás carbônico da atmosfera.

● ‘CAP AND TRADE’: É o mecanismo no qual o mercado de carbono regulado brasileiro deverá se basear e que já é adotado na União Europeia. Por meio dele, são estabelecidos limites (“cap”, em inglês) de emissões para os entes regulados (empresas, por exemplo). Quem emitir menos toneladas de CO2 que seu limite pode comercializar (“trade”, em inglês) a diferença com quem ultrapassou sua cota.

● CAPTURA E ARMAZENAMENTO DE CARBONO: É uma tecnologia que permite a remoção de partículas de gás carbônico que estão no ar. Tem como objetivo diminuir o impacto das emissões de carbono na atmosfera, principalmente nos processos industriais. Para isso, a tecnologia captura e separa o carbono de outros gases, além de transportá-lo até um local adequado. Para armazenar de forma correta, o CO2 precisa ser depositado em locais como aquíferos profundos ou cavernas.

● CARRO ELÉTRICO: Usa exclusivamente uma bateria de grande capacidade que é 100% carregada na tomada.

● CARRO HÍBRIDO: Tem dois motores. A fonte do propulsor elétrico vem da frenagem e também do motor à combustão, que funciona como gerador de energia para o motor elétrico. O motor a combustão funciona apenas quando o veículo é abastecido com gasolina.

● CARRO HÍBRIDO FLEX: O sistema de funcionamento é igual ao do híbrido, mas o motor a combustão do veículo funciona tanto com gasolina quanto com etanol.

● CARRO HÍBRIDO PLUG-IN: Tem dois motores, um a combustão – que funciona da mesma forma que o híbrido tradicional – e outro elétrico, que pode receber carga da rede elétrica pela tomada.

● CÉLULA DE COMBUSTÍVEL: É um dispositivo eletroquímico que converte a energia do hidrogênio em energia elétrica. É uma espécie de bateria, onde o fornecimento contínuo de energia proveniente dos gases a faz funcionar. Assim, não ocorre combustão e, consequentemente, não há emissão de gases de efeito estufa.

● COMBUSTÍVEL FÓSSIL: São os combustíveis não renováveis, ou seja, recursos finitos na natureza, que foram formados há milhares de anos a partir de restos de animais e vegetais. Estão incluídos nessas fontes o carvão mineral, o gás natural, o petróleo e seus derivados, como o óleo diesel e a gasolina. A queima de combustíveis fósseis gera gases poluentes, como o dióxido de carbono (CO2), substância que contribui para o efeito estufa e para o aumento da temperatura da Terra.

● CRÉDITO DE CARBONO: Espécie de moeda do mercado de carbono. Equivale a uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida ou que foi retirada da atmosfera

● DESCARBONIZAÇÃO: É a substituição de atividades econômicas que emitem carbono por atividades “limpas”. A descarbonização passou a ser um objetivo em todo o mundo porque o carbono tem elevado a temperatura do planeta. Para conseguir atingi-la, países precisam trocar fontes de energia fósseis (que emitem carbono) por renováveis, como solar e eólica. No caso do Brasil, é preciso, principalmente, acabar com a destruição das florestas. Isso porque as queimadas liberam gases de efeito estufa. Além disso, são as plantas das florestas que retiram do ar o carbono emitido por indústrias e carros.

● EMISSÃO LÍQUIDA DE CARBONO ZERO (‘NET ZERO’): Zerar as emissões líquidas de carbono ou ser carbono zero é quando um país ou uma empresa consegue neutralizar todas as suas emissões com a remoção de carbono da atmosfera. Para isso ser atingido, é necessário reduzir ao máximo as emissões (deixando de usar carros movidos a gasolina, por exemplo) e retirar da atmosfera o restante de carbono. A captura desse carbono que sobrou pode ser feita plantando árvores, por exemplo. Entre as práticas que ajudam a zerar a emissão líquida de carbono estão o uso de energias renováveis, como a solar e a eólica, e a diminuição do desmatamento.

● ETANOL: Produzido através da fermentação de amido e de outros açúcares, em especial da cana-de-açúcar, o etanol é um biocombustível amplamente usado em automóveis no Brasil. Ele é considerado um combustível mais limpo do que a gasolina, pois compensa as emissões de gás carbônico – liberado através da queima no motor – durante o próprio ciclo de produção. Isso acontece porque a cana-de-açúcar do qual é extraído retira o CO2 da atmosfera e o converte em oxigênio.

● ETANOL DE SEGUNDA GERAÇÃO: O etanol de segunda geração (também chamado de etanol 2G) é um biocombustível produzido a partir dos resíduos do processo produtivo do etanol de primeira geração, como a palha e o bagaço da cana-de-açúcar. Esse tipo de combustível tem um papel relevante na sustentabilidade, pois permite aumentar os ciclos produtivos de culturas agrícolas ao utilizar como matéria-prima resíduos do próprio plantio.

● HIDROGÊNIO VERDE: O hidrogênio verde é uma das grandes apostas dos especialistas como combustível do futuro. Para conseguir o hidrogênio, seus átomos precisam ser desacoplados de outros elementos nos quais estão presentes – como na água ou nos combustíveis fósseis. A forma como essa separação é feita determina a sustentabilidade da substância, pois é um processo que exige um alto consumo de energia elétrica. No caso do hidrogênio verde, a energia utilizada precisa ser oriunda de fontes renováveis, como eólica ou solar. O Brasil tem potencial para produzir e exportar o hidrogênio. Quando for enviar para outros países, o mais provável é que seja transformado em amônia antes de ser transportado. Isso porque, em forma de gás, o hidrogênio é altamente inflamável. Após ele ser transportado e chegar ao destino de consumo, deverá ser transformado, novamente, em hidrogênio.

● MERCADO DE CARBONO: É um sistema de compensação de emissões de gases de efeito estufa. Nele, empresas que não atingiram suas metas de redução de emissões podem adquirir créditos daqueles que cortaram suas emissões mais do que precisavam ou de terceiros que preservaram matas em regiões onde há pressão por desmatamento. Empresas que reflorestam áreas degradadas também podem vender créditos, dado que as árvores que plantam retiram CO2 da atmosfera.

● MERCADO DE CARBONO REGULADO: É o mercado em que as empresas comercializam créditos para atender obrigações impostas por leis ou acordos. Há dois tipos: o internacional e os nacionais ou regionais. No internacional, os países poderão colaborar entre si para atingirem as metas de redução com as quais se comprometeram. As regras básicas desse mercado foram estabelecidas pelo artigo 6 do Acordo de Paris, firmado em 2015, mas alguns detalhes ainda estão em debate. No nacional ou regional, empresas ou entidades comercializam o crédito de acordo com as leis locais.

● MERCADO DE CARBONO VOLUNTÁRIO: Mercado em que créditos são vendidos para empresas cumprirem compromissos climáticos que não estão sujeitos a obrigações legais de redução de emissões. Normalmente, as empresas que adquirem esses créditos assumiram obrigações de redução de emissões com clientes ou investidores.

● REDD+: Mecanismo criado para incentivar financeiramente a redução das emissões de gás carbônico oriundas do desmatamento. Com ele, proprietários de áreas que estão sob pressão de desmatamento podem vender créditos de carbono. Nesse caso, cada crédito corresponde a uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida. Para se ter esse crédito, engenheiros calculam o porcentual médio de desmatamento na região onde está a propriedade. No ano seguinte, voltam ao local e verificam quanto foi devastado. Se o proprietário da área conseguiu manter mais mata do que se calculava que seria destruída, o produtor converte essa diferença em créditos de carbono, que podem ser vendidos a empresas interessadas em compensar suas emissões.

● SAF: É a sigla para Sustainable Aviation Fuel (combustível de aviação sustentável, em português). É produzido a partir de matéria orgânica, tanto de origem vegetal (como cana-de-açúcar, milho e palma, entre outras), como animal (sebo bovino). Pode reduzir as emissões de um voo em até 80%.

https://www.estadao.com.br/economia/glossario-economia-verde-net-zero-captura-de-carbono-saf-entenda-os-conceitos/

Fonte: GettyImages

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