Dados obtidos antes da pandemia já mostravam que a população valoriza mobilidade urbana sustentável
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Desde que o mundo começou a buscar soluções para conter a proliferação do coronavírus, a mobilidade urbana sustentável entrou em pauta. Primeiro porque a mobilidade ativa, que inclui trajetos a pé e de bicicleta, passou a ser incentivada como alternativa por causa de possíveis aglomerações.
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Isso levou à abertura de ciclovias temporárias, criação de calçadões e implantação de propostas de otimização de trajetos, como o Cidade de 15 minutos. Além disso, com mais gente em casa e a queda nos níveis de poluição, autoridades e companhias do setor passaram a projetar um retorno sustentável à normalidade.
Nesse sentido, a pandemia apenas impulsionou uma perspectiva que já vinha crescendo. Um estudo publicado em dezembro do ano passado, com dados coletados às vésperas do início da crise sanitária no Brasil, mostra que os brasileiros estavam dispostos até a deixar de usar o carro particular em prol da sustentabilidade.
Lançado pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), o estudo Mobilidade de Baixas Emissões, Qualidade do Ar e Transição Energética no Brasil ouviu 2 mil pessoas das cinco regiões do país e descobriu que 67% delas trocariam o carro particular por um transporte mais limpo.
O conforto foi a justificativa apontada por 26% dos entrevistados para não renunciarem ao carro. Para 20% das pessoas ouvidas, o fator central era a praticidade.
Portanto, os dados apenas reforçam a importância de se apostar em estruturas e regulamentações seguras para a mobilidade ativa e, claro, reinventar o transporte coletivo a fim de torná-lo mais atrativo.
Enfrentando uma das maiores crises da história, o transporte público tem apostado em medidas de higienização e monitoramento em várias cidades do mundo, a fim de garantir maior segurança sanitária aos usuários, mas isso pode não ser o bastante. É preciso evitar lotações agora e depois da pandemia, tornando os veículos mais confortáveis, além de garantir preços mais competitivos.
Uma comparação com um estudo feito em parceria com o Instituto Escolhas, em 2017, mostra que desde então a associação espontânea do ônibus a termos negativos como “superlotação”, “ruim”, “péssimo”, “caos” e “caro” aumentou substancialmente.
Além do fator competitividade, o aprimoramento nessa área pode melhorar a qualidade de vida de boa parte dos brasileiros. De acordo com a pesquisa do iCS, o ônibus é o principal meio de transporte em todas as regiões brasileiras, sendo utilizado cotidianamente por 42% da população em geral e, entre as pessoas com renda de até 1,5 salário mínimo, o percentual chega a 48%.
Fonte: Archdaily, WRI Brasil.
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