5 formas de como o espaço público mudou em 2020

2 de março de 2021 5 mins. de leitura

Alterações na mobilidade e maior uso de áreas verdes e abertas marcaram o ano de início da pandemia

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A pandemia da covid-19 não mudou apenas a rotina de trabalho ou de estudo da população, que agora passa mais tempo em casa, mas também ampliou as preocupações com a higiene pessoal. O ambiente urbano e os espaços públicos sofreram modificações ao longo dos meses em que o distanciamento social foi prolongado e as práticas de home office e aulas a distância tornaram-se o padrão.

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Só o tempo vai dizer se as mudanças que observamos agora serão mantidas a longo prazo, mas é inegável que as alterações foram substanciais. Será que você notou algum dos itens listados abaixo?

1. Maior uso de praças e parques

Uma das alterações percebidas envolve a utilização de áreas de lazer com mais espaço livre e vegetação. Isso inclui uma maior adoção de parques e praças para fazer caminhadas, descansar ou realizar exercícios físicos intensos, já que esses locais são menos propensos à transmissão do coronavírus do que academias fechadas.

Praças e academias ao ar livre foram mais utilizadas.
Praças e academias ao ar livre foram mais utilizadas. (Fonte: Governo do Estado de São Paulo)

Uma pesquisa da Gehl Architects feita nos Estados Unidos revelou que os espaços públicos tiveram importância vital na vida da população em 2020. Boa parte das pessoas passou a adotar o passeio em locais da vizinhança, nem que fosse apenas para tomar sol e fugir da sensação de aglomeração.

Em entrevista ao Estadão, o professor Jorge Xavier da Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), confirmou que novos ambientes como “a calçada e a praça em frente” foram “descobertos” por moradores.

2. Marcações físicas de separação e distanciamento

Outra consequência da pandemia, especialmente enquanto a vacinação não é massiva, é a continuidade dos protocolos de segurança para distanciamento social. Segundo uma pesquisa da Catapult, adoções como essa a curto e médio prazo serão cada vez mais comuns à medida que quarentenas serão flexibilizadas.

Parque com marcação de distanciamento de grupos.
Parques com marcação de distanciamento de grupos passou a ser comum durante a pandemia. (Fonte: CDC)

Para isso, é inevitável que os bloqueios e avisos físicos sejam mantidos, o que acaba mudando o visual de paisagens urbanas. Cartazes com orientações, marcações no chão, fitas para marcar posições em filas, paredes transparentes de acrílico em guichês de atendimento e outros recursos devem virar parte do cenário cotidiano por mais um tempo.

3. Ambientes mais higienizados

Relacionada ao item anterior há outra alteração nos espaços públicos: a maior higienização desses ambientes combinada com maiores cuidados por parte do público. Isso envolve não só o uso de máscara, álcool em gel e lavagem frequente das mãos, mas a limpeza mais intensa de locais de alta circulação de pessoas. Além de reduzir a propagação do coronavírus, essas medidas podem ajudar também a diminuir a infecção por outras doenças, como variantes da gripe.

4. Adoção de bicicleta e caminhadas

O sistema de transporte das cidades também foi modificado à força durante o último ano. Por risco de contaminação, a circulação de linhas de ônibus foi limitada em várias cidades, e os próprios passageiros passaram a utilizar outros meios de transporte.

Alguns desses meios envolvem uma mudança total de hábitos, como caminhadas e o uso da bicicleta. Em Paris, após o fim da primeira quarentena mais rígida, elas viraram uma solução para manter o distanciamento social, diminuir a lotação do transporte público e ainda manter a saúde da população em dia. Políticas de incentivo que incluíram um pacote de 20 milhões de euros, além de adaptações nas ruas, fizeram o número de ciclistas na região disparar.

Pedalar virou alternativa na pandemia.
Pedalar virou alternativa segura na pandemia. (Fonte: Pixabay)

No Brasil, a Prefeitura de Curitiba publicou um conjunto de estudos, como parte do Programa de Retomada Econômica Pós-Pandemia, que incluem a maior ocupação de calçadas por bares e restaurantes, permitindo a maior utilização de ambientes abertos.

Além disso, a ampliação de calçadas, a instalação de ciclofaixas e o aumento ou a manutenção da malha cicloviária na cidade são algumas das ações previstas para os próximos meses. Por enquanto, as ideias ainda não foram tiradas do papel.

5. Menos manifestações artísticas e protestos

A utilização do espaço público para outras atividades além da circulação de pessoas também reduziu drasticamente em 2020. Praças, ruas e pontos turísticos de cidades ficaram mais vazios e concentraram menos atividades paralelas — como feiras artesanais, vendedores ambulantes, instalações artísticas e até manifestações políticas e sociais. A recuperação dessas funções para as áreas públicas deve retornar apenas com o fim da pandemia.

Fonte: Prefeitura de Curitiba, Gehl Archtects, Catapult, Estadão.

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