Mapa digital quer ampliar acesso a serviços essenciais na Rocinha

9 de julho de 2021 3 mins. de leitura

Projeto do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) deve facilitar o acesso a serviços públicos na comunidade

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O Rio de Janeiro e o Senseable City Lab, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), estão desenvolvendo um mapa digital da comunidade da Rocinha, na capital fluminense. O projeto, que ganhou o nome de Favelas 4D, pode beneficiar a população ao facilitar o acesso a serviços essenciais. 

Segundo o MIT, mesmo com mais de 1 bilhão de pessoas vivendo em favelas ao redor do mundo, elas são desprovidas de muitos direitos urbanos. Dessa forma, o projeto tenta torná-las visíveis utilizando a tecnologia 3D para analisar sua morfologia.

Para conseguir mapear todos os pontos do local, os pesquisadores estão fazendo uma varredura pelos seus becos com diversos scanners. O mapa, que deve ter um custo de aproximadamente U$60 mil (por volta de R$ 325 mil), será o primeiro censo de grandes proporções da maior favela do Rio de Janeiro. 

(Senseable/Reprodução)
A modelagem tridimensional permite a existência de mapas com maior precisão da realidade. (Fonte: Senseable/Reprodução)

A comunidade deve ser beneficiada de diversas formas. Uma delas será a facilidade do acesso a serviços essenciais, como água e coleta do lixo, visto que o mapa poderá ser usado para o registro de propriedades e a criação de logradouros públicos. 

Os serviços de entrega de mercadorias, como os Correios, também serão impactados positivamente com a consulta de rotas digitais. Atualmente, muitos moradores estão acostumados a caminhar pelas ruas do bairro guiados apenas por informações anotadas no papel.

Construção de espaços funcionais

Com as novas informações que devem ser fornecidas pelo mapa digital, os engenheiros urbanos poderão utilizar os dados para tomar decisões mais precisas sobre a instalação de escadas ou quais estruturas retirar para a entrada de mais ar, sol ou luz pelos becos. 

Segundo o MIT, os registros das propriedades também irão facilitar a venda e a compra de imóveis do local, visto que devem diminuir parte da burocracia que os moradores enfrentam atualmente e reduzir os custos da transferência de títulos.

Comunidade da Rocinha 

A história e o contexto da favela da Rocinha atraem diversos turistas brasileiros e internacionais. (CC Search/Reprodução)
A história e o contexto da favela da Rocinha atraem diversos turistas brasileiros e internacionais. (CC Search/Reprodução)

A comunidade da Rocinha é a maior do Brasil, tendo aproximadamente 26 mil moradias e cerca de 100 mil habitantes. Sua população está distribuída em um território de 1,5 km, com uma densidade demográfica de 48.258 habitantes por quilômetros quadrados. 

Nas décadas de 1950 e 1960, a Rocinha recebeu imigrantes de diversas partes do Brasil, principalmente vindos do Nordeste em busca de melhor qualidade de vida. Seu crescimento populacional não foi acompanhado por políticas urbanas de acesso a diversos serviços públicos, o que resultou em uma série de problemas sociais, como a violência.

Desde 1993, o local, que teve sua origem na antiga fazenda Quebra-Cangalha, é considerado bairro da cidade do Rio de Janeiro e tem 14 sub-bairros em seu interior: Barcelos, Rua 1, Rua 2, Rua 3, Rua Nova, Roupa Suja, Cachopa, Vila Verde, Macega, Vila Cruzado, 199, Laboriaux, Boiadeiro e Dioneia. Mesmo que atualmente diversos avanços tenham sido feitos em sua infraestrutura, a Rocinha ainda carece de novas políticas urbanas.

Fonte: Technology Review, MultRio, Senseable.

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