A partir da última quinta-feira (13), a vacinação na cidade de São Paulo pode ser feita também em estações de trem, metrô e ônibus. Cinco novos pontos de atendimento já começaram a funcionar no dia 13, e outros três serão adicionados à lista na segunda-feira (17). O horário de funcionamento é das 9h30 às 17h, e as vacinas são disponibilizadas de acordo com os grupos prioritários do calendário da vacinação da Prefeitura.
A maior parte dos locais escolhidos está na Zona Leste da cidade:
Trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM):
- Estação Guaianases da Linha 11 — Coral.
- Estação São Miguel Paulista, da Linha 12 — Safira.
- Estação Jardim Helena/Vila Mara, da Linha 12 — Safira.
- Estação Itaim Paulista, da Linha 12 — Safira.
Metrô de São Paulo:
- Estação Corinthians-Itaquera, da Linha 3 — Vermelha.
A partir de 17 de maio, segunda-feira:
- Estação República, da Linha 4 — Amarela.
- Estação Pinheiros, da Linha 4 — Amarela.
- Estação Butantã, da Linha 4 — Amarela.
Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU):
- Terminal de Ônibus de São Mateus.
Uma opção conveniente também para os pedestres
A decisão do Governo de São Paulo de utilizar a estrutura do transporte coletivo na campanha de vacinação é interessante do ponto de vista da mobilidade urbana.
Isso porque, desde que os imunizantes começaram a ser distribuídos em meados de janeiro, o drive-thru se tornou o principal método de acesso aos postos de imunização de todo o País. Mesmo que exista a alternativa de agendar a vacinação em Unidades Básicas de Saúde (UBS), o uso do automóvel particular acaba sendo privilegiado, como forma mais simples e rápida de ter acesso à vacina.
Na prática, a estratégia do drive-thru acaba sendo uma dificuldade a mais para aquelas pessoas que não têm um automóvel, além de privilegiar o transporte individual frente ao coletivo — justamente o contrário do que os Planos Diretores mais atuais buscam fazer, inclusive em São Paulo.
Essa questão também tem um viés de desigualdade social e racial, já que pessoas negras, pobres e da periferia têm menos probabilidade de possuir um carro particular. Cerca de 70% dos domicílios formados apenas por negros não têm um, algo que acontece com 38% dos lares constituídos somente por brancos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com recorte do Instituto Multiplicidade Mobilidade Urbana. Em muitos municípios, ter um carro é a diferença entre ser vacinado ou não.
Por exemplo: no início de abril, um jornal comunitário de Ceilândia (DF) criticou ações pontuais de vacinação, que aconteceram apenas em drive-thru, em áreas nobres, como Lago Norte e o Parque da Cidade — restringindo o acesso à vacina.
Por esses motivos, ações como esta que está ocorrendo em São Paulo são importantes tanto para a saúde quanto para a mobilidade urbana, no sentido de democratizar o acesso aos serviços disponíveis no espaço urbano.
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