Apostar no carro individual em vez de no transporte público faz o Brasil perder R$ 267 bilhões por ano
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Nos últimos anos, a concentração populacional nas áreas urbanas em conjunto com a ampliação do acesso a políticas de financiamento em muitos países disparou a aquisição de veículos particulares, como carro e moto. Consequentemente, as cidades passaram a enfrentar diversos problemas relacionados ao trânsito, como acidentes e congestionamentos.
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Esses problemas custam bilhões de reais para os cofres públicos anualmente e geram impactos sociais e ambientais. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), o Brasil perde R$ 267 bilhões por ano com congestionamentos — isso sem considerar os impactos na saúde.
Com caminhões parados no trânsito, fazendo menos entregas e gastando mais combustível, as indústrias precisam colocar mais carros nas ruas para suprir a demanda. Esses custos, somados à perda de produtividade e às horas extras dos funcionários, geram impactos negativos na economia brasileira e no bolso do consumidor final.
Os congestionamentos também impactam a prestação de serviços de emergência, como ambulâncias, bombeiros, polícia e defesa civil, podendo acarretar maior quantidade de óbitos.
Segundo dados do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), a cada 60 minutos, em média, 20 pessoas dão entrada em hospitais da rede pública com graves ferimentos decorrentes de acidentes de trânsito no Brasil. De 2009 a 2019, esses atendimentos custaram R$ 3 bilhões ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar pode contribuir para o aumento de problemas de saúde como ataques cardíacos, derrames, doenças do sistema respiratório e estresse, enfermidades que também geram custos para os cofres públicos.
A alternativa vista como a melhor pelos especialistas é a aposta na mobilidade urbana sustentável. Para isso, o governo deve realizar investimentos em transporte público e desestimular o transporte individual. Diversas cidades já estão criando políticas públicas para o uso de modais alternativos, ampliando ciclofaixas e até mesmo oferecendo ajuda de custo para a compra de bicicletas, como Bari, na Itália.
Alguns especialistas também defendem a integração de todos os meios de transporte, como ônibus, trem, metrô e até mesmo aplicativos de transporte. O metrô do Rio de Janeiro tem parceria com a 99 e oferece descontos para passageiros que peçam o carro na ou para uma das estações de metrô como forma de estimular o transporte combinado.
Em um futuro de cidades inteligentes é preciso que o tráfego também seja inteligente. O uso da tecnologia na mobilidade urbana poderá entregar melhor eficiência na logística ao mesmo tempo que fornece mais qualidade de vida para a população.
Fonte: INPI, Cremeb, Portal do Trânsito, MetrôRio
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