Um espaço urbano desenhado para proporcionar acessibilidade para crianças pode melhorar a cidade para todos os seus cidadãos
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O planejamento urbano pensado para as crianças é um campo relativamente novo. Essa abordagem defende uma atuação coerente e sistemática para a concepção de cidades que melhorem o desenvolvimento dos pequenos, garantindo o acesso a oportunidades de lazer e deslocamento.
A quantidade de tempo que esse público passa brincando ao ar livre, sua capacidade de se locomover de forma independente, e seu nível de contato com a natureza são fortes indicadores de uma boa qualidade de vida. Por isso, ações para construir uma cidade acessível aos pequenos podem fomentar pautas como saúde e bem-estar, sustentabilidade e segurança.
De acordo com projeções das Nações Unidas, em torno de 70% da população mundial viverá em cidades em 2050. A maioria dos residentes urbanos será de menores de 18 anos. Atualmente, esse número já ultrapassa 1 bilhão de pessoas. Isso mostra o quão urgente é ampliar a acessibilidade desse público.
As coisas que as crianças demandam de uma cidade são: ruas seguras e limpas, acesso a espaços verdes, ar puro, a liberdade de ver amigos e algum lugar para chamar de lar. Confira algumas melhorias necessárias.
Um relatório do Policy Studies Institute (PSI) recomenda a implementação de medidas rigorosas de segurança no trânsito, reduzindo a dependência do carro e colocando as necessidades das crianças no centro de ordenamento do território e desenvolvimento urbano.
Além disso, tráfego, poluição, crime e outros perigos podem impactar a liberdade dos pequenos, mais vulneráveis nas ruas. Por isso, os planejadores têm a responsabilidade de criar ambientes seguros para eles.
Onde os jovens têm boas redes de apoio social informal, níveis mais elevados de bem-estar são observados. O contato social entre membros da comunidade de todas as idades ajuda a construir relacionamentos e promover na vizinhança uma esfera pública acolhedora, inclusiva e acessível.
Uma conexão com o mundo natural está associada a uma gama de benefícios para a saúde física e mental, incluindo taxas mais baixas de obesidade, depressão, estresse e transtornos de atenção.
Parques e a natureza podem fomentar um senso de pertencimento especialmente às crianças que demandam locais onde possam circular livremente, encontrar coleguinhas e ter contato com o meio ambiente.
As crianças são especialmente vulneráveis às mudanças do clima e os impactos de uma urbanização desordenada. Medidas que melhoram a resiliência das áreas urbanas podem criar oportunidades para expandir as liberdades cotidianas. O design adequado para crianças pode garantir uma resposta de uma cidade a ameaças como enchentes, terremotos e tsunamis.
Fonte: Arup, Nações Unidas, New Geography, Child Friendly Cities, Rethinking Chilhood.