Estacionamentos rotativos são instrumentos fundamentais para a gestão de meio-fio nas cidades, especialmente em regiões centrais
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Com uma frota de mais de 53 milhões de automóveis, o Brasil tem um carro para cada 3,89 habitantes, de acordo com o estudo Frota de Veículos nos Municípios, realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) em 2018.
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Esse grande número de carros demanda não apenas amplas vias para circulação, mas também espaços para estacionar. Contudo, o meio-fio tem extensão escassa, principalmente nos centros comerciais e em outras regiões urbanas onde há uma grande demanda por vagas para automóveis.
Nesse contexto, o controle de carros estacionados nas ruas tem como principal objetivo ampliar a disponibilidade de vagas ao controlar o tempo em que cada veículo pode ocupar o espaço público. Além disso, esse sistema administrado pelos municípios proporciona outros benefícios para o desenvolvimento das cidades.
As regras de tempo para o estacionamento na via pública garantem que os veículos permaneçam períodos limitados no espaço público. Dessa forma, o espaço urbano pode ser utilizado por vários motoristas ao longo do dia, permitindo um fluxo contínuo de veículos e o compartilhamento de vagas.
Carros autônomos podem piorar a mobilidade urbana?
Em algumas zonas azuis, como são chamadas em várias cidades as áreas urbanas em que os carros podem estacionar sob o controle da Prefeitura, é proibida a renovação do tempo de estacionamento, ainda que haja pagamento.
Caso o veículo fique no estacionamento além do período permitido, está sujeito a sanções como multas, remoção e adição de pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
A procura por uma vaga em uma zona comercial pode demandar bastante tempo, aumentar o tráfego de veículos e a emissão de gases poluentes na atmosfera. Antes da implantação da zona azul, em algumas regiões, era impossível estacionar, já que os mesmos veículos poderiam ficar horas e até dias na mesma vaga.
Como planejar a cidade para pessoas e não para carros?
Como essa prática é proibida no estacionamento rotativo, o número de vagas é ampliado e o tempo para encontrar um local para estacionar o veículo é reduzido. Assim, além da economia de tempo, os motoristas podem encontrar vagas mais próximas de seu destino de forma mais ágil, gerando mais conforto e eficiência.
A cobrança da zona azul não é obrigatória pela legislação. Entretanto, a maioria dos municípios adota essa prática. Ainda assim, o preço do estacionamento rotativo, em geral, é mais acessível que os dos estacionamentos privados.
Quando existe a cobrança, o estacionamento rotativo costuma ter uma taxa módica, e ainda gera recursos para serem investidos em melhorias no trânsito da cidade, beneficiando a todos.
A rotatividade das vagas também auxilia no fomento do comércio local, especialmente em datas de grande apelo comercial. Ao permitir que mais veículos sejam estacionados, os estacionamentos rotativos ajudam diretamente no aumento do fluxo de clientes nas zonas comerciais.
Por outro lado, o consumidor pode encontrar vagas com mais facilidade e usar o tempo economizado ao estacionar o veículo para consumir dentro das lojas. A falta de locais para estacionar, inclusive, pode ser um motivo de desistência de compra por parte dos clientes.
Algumas cidades brasileiras e outras pelo mundo ainda utilizam parquímetros para realizar a cobrança dos estacionamentos rotativos nas ruas. Contudo, outras tecnologias de gestão de vagas públicas estão cada vez mais comuns e difundidas nos municípios. Aplicativos de celular facilitam o pagamento, inclusive com cartões de crédito, e a gestão dos estacionamentos rotativos por parte do poder público.
Fontes: Confederação Nacional de Municípios (CNM), SafePark, Appmoove/Medium, Portal do Trânsito, S2 Parking, Pare Bem, Prefeitura de Mairiporã.