Pesquisa realizada pela KPMG coloca o Brasil em última posição no Índice de Prontidão para o Uso de Veículos Autônomos 2019
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O Brasil é o país menos preparado para receber, produzir e comercializar carros autônomos. De acordo com uma pesquisa realizada pela KPMG, uma das maiores empresas de auditoria independente, o Brasil ocupa a 25ª posição no Índice de Prontidão para o Uso de Veículos Autônomos 2019 (Avri).
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O Avri ajuda a medir o nível de preparação e infraestrutura para receber os veículos autônomos; o público-alvo da pesquisa são organizações do setor público responsáveis pelas áreas de transporte e planejamento urbano.
Para realizar a análise, a empresa levou em consideração regulamentações para veículos autônomos, programas do governo, a situação de cada país para se adaptar efetivamente às tecnologias dos novos veículos, criando leis e regras de utilização e instalando totens de carregamento, e, sobretudo, a aceitação do consumidor.
Segundo o índice, o desempenho poderia ser impulsionado por programas de incentivo interessados no desenvolvimento de eficiência, segurança e pesquisa. Em novembro do ano passado, o Governo Federal adotou a Rota 30, um programa que faz parte de uma estratégia para o crescimento do setor automotivo do País. A medida, que substitui um conjunto de isenções fiscais que expirou em 2017, compreende regras de mercado e incentivos econômicos para influenciar a indústria.
O ranking de preparação para receber carros autônomos é liderado por Holanda, Cingapura e Noruega. Se comparada à pesquisa divulgada em 2018, a posição do Brasil piorou: no ano anterior, ocupava a 17ª posição.
“Fomos superados por Rússia, México e Índia”, afirma Maurício Endo, sócio-líder de governo e infraestrutura da KPMG no Brasil e na América Latina. “Caso o governo consiga conceder os incentivos adequados e os fabricantes consigam oferecer os produtos a preços competitivos, o consumidor brasileiro tende a adotar novas tecnologias rapidamente. A Rota 2030 é o primeiro passo”, completa.
Existem razões para sermos otimistas; entre os principais motivos estão as pesquisas realizadas nas universidades públicas do País. Em maio de 2017, foi publicada uma pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) desenvolvida por uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Computação de Alto Desempenho (Lcad), em Vitória, que divulgava o sucesso de um veículo autônomo em uma rota de 74 km que incluía áreas urbanas e rurais. O projeto ficou conhecido como Iara, Intelligent Autonomous Robotic Automobile.
Em outubro de 2013, o Carina, carro robótico de navegação autônoma desenvolvido pela equipe do Laboratório de Robótica Móvel da USP, foi testado com sucesso nas ruas da cidade de São Carlos. Pesquisas mostram que o País tem capacidade para desenvolver esse tipo de tecnologia, mas faltam investimentos, programas de incentivo e uma legislação comprometida em receber inovações.
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Fontes: Ministério da Economia, KPMG.