Quais mudanças os carros autônomos demandam nas cidades?

9 de abril de 2020 4 mins. de leitura

A popularização dos carros que andam sozinhos exigirá muitas adaptações nas ruas

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Quem dirige há alguns anos pode observar a enorme evolução dos automóveis nos últimos anos. Da popularização e obrigatoriedade de itens de segurança, passando pela maior eficiência energética dos veículos até o desenvolvimento de carros que se guiam sozinhos, o avanço foi e tem sido grande.

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Mas como as cidades podem se adaptar a essas transformações no segmento automobilístico? E como o ambiente urbano deve se transformar para a iminente popularização dos carros autônomos?

Para começar, esse tipo de veículo demanda uma infraestrutura própria para que seu funcionamento seja possível. É fundamental que exista internet de alta velocidade para que os sensores e o GPS possam se conectar; para atingir altos níveis de automação, os carros precisam se comunicar uns com os outros. As cidades devem ter vias bem pavimentadas e sinalizadas, já que a inteligência artificial precisa ler as faixas e placas de trânsito para saber como conduzir os automóveis.

Por fim, há um aspecto cultural que deve ser levado em conta para que as cidades recebam os carros autônomos, afinal, os motoristas de Curitiba (PR) dirigem de forma diferente dos de São Paulo (SP) ou de uma cidade do interior. As variações no estilo de direção de cada país, então, podem ser ainda maiores. Inteligências artificiais que conduzam de forma muito dissemelhante em relação aos humanos podem acarretar conflitos entre pessoas e máquinas no trânsito.

Levando todos esses aspectos em conta, a consultoria KPMG realizou um estudo para entender quais países estão mais ou menos preparados para receber os carros autônomos. O Brasil ficou na última posição entre os 25 analisados, e os três primeiros colocados no ranking foram Holanda, Cingapura e Noruega.

Boas notícias para as grandes cidades

Embora uma cidade em que todos os carros são autônomos e se comunicam entre si ainda seja um cenário de ficção científica, já é possível imaginar os impactos práticos que essas tecnologias trarão para os centros urbanos. O principal é a diminuição dos congestionamentos, uma vez que as inteligências artificiais saberão acelerar e diminuir o automóvel de forma mais eficiente, bem como calcular as melhores rotas. Como a maioria das colisões é causada por falha humana, é seguro afirmar que esses veículos deverão ajudar a diminuir o número de acidentes de trânsito.

Pensando em mudanças mais profundas, especialistas imaginam cruzamentos sem semáforos com o uso dos carros autônomos. Um projeto apresentado em 2017 por um escritório de arquitetura e engenharia de Nova York propôs transformar diversas ruas da cidade em vias expressas autônomas para transporte rápido. Essas vias seriam integradas em vários “loops”, em quadrados formados por quatro ruas, nos quais os carros circulariam livremente sem motorista.

Para diminuir o risco de acidentes, os pedestres seriam separados fisicamente dos carros autônomos por passarelas. Como o tráfego em outras ruas diminuiria, elas poderiam ser transformadas em espaços verdes. Segundo os criadores da proposta, seria possível diminuir o tempo de trajetos de 40 minutos para apenas 11 minutos.

Contudo, em meio a tantas teorias, além de mudanças tecnológicas, legislativas e culturais necessárias para a popularização dos carros autônomos, ainda é difícil saber o que realmente acontecerá.

O que já se pode adiantar é que as transformações serão profundas e não deverão demorar a chegar: de acordo com executivos ouvidos pelo Jornal do Carro, os primeiros testes com carros autônomos de nível 4 (que assumem quase todas as funções do condutor) prontos para comercialização serão realizados a partir de 2021.

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