Como o mercado de carros autônomos reage à crise da covid-19?

11 de maio de 2020 5 mins. de leitura

Setor é impactado pelo isolamento social, mas demanda por carros autônomos pode aumentar

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Os efeitos do isolamento social atingiram todos os setores da sociedade das mais diferentes formas, incluindo a mobilidade urbana. E como a indústria de carros autônomos está reagindo a esse momento?

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O mercado, que estava a todo vapor, com testes promissores e perspectivas de lançamento comercial, teve mudanças substanciais, embora não tenha parado completamente. Algumas transformações foram positivas; outras, negativas.

Diversas empresas de tecnologia cresceram durante a crise, principalmente aquelas que permitem que pessoas trabalhem e obtenham serviços sem sair de casa. Esse pode ser o caso dos carros autônomos voltados a entregas totalmente automatizadas de produtos. Oliver Cameron, CEO da startup Voyage, afirmou para o portal de tecnologia TechCrunch que acredita em aumento da demanda por esses veículos após a pandemia.

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O que complica é como manter as atividades durante o isolamento social e com a crise causada pelo novo coronavírus. Para isso, a companhia tem duas possibilidades: trabalho remoto e simulações por computador.

Fonte: Voyage/Reprodução
(Fonte: Voyage/Reprodução)

Desenvolvimento de carros autônomos continua

Muitas empresas adotaram o trabalho remoto, modalidade que permitiu a continuação das atividades em diversos setores, mas, muito além disso, possibilitou manter o desenvolvimento dos carros autônomos por meio de ferramentas de simulação. Assim, os testes que não podem continuar nas ruas são feitos em computadores.

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Na Voyage, um tipo de teste envolve a percepção de sensores. Como explicou Cameron, um dos principais problemas dos carros autônomos está nos falsos positivos ou negativos, que fazem com que os veículos não respondam como o esperado aos obstáculos que encontram.

As análises, nesse sentido, estão sendo feitas com uma ferramenta de simulação. “Nós não precisamos estar no mundo real para ver isso”, afirmou o CEO. Além disso, a empresa testa diferentes ambientes nos simuladores, para saber como os carros se comportariam em cada um deles.

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Cameron também ponderou que os computadores não são capazes de substituir completamente os testes no mundo real, com carros autônomos nas ruas; eles ainda são necessários e precisarão ser retomados quando a quarentena acabar. “Definitivamente, precisaremos gastar algum tempo quando voltarmos, consertando problemas que simplesmente não podíamos perceber por não estarmos nas ruas”, declarou.

Outra atividade da empresa que precisou parar por conta do coronavírus foram os serviços de transporte, que atendiam principalmente a idosos, apontados pelos órgãos de saúde como um dos principais grupos de risco para a covid-19.

Quarentena pode aumentar interesse por carros autônomos

O CEO da Voyage acredita que o isolamento social pode aumentar o interesse por carros autônomos no longo prazo. Essa visão vai ao encontro das opiniões compartilhadas por diversos especialistas da indústria, conforme divulgado pelo portal de tecnologia norte-americano Mashable.

As principais razões para isso são a possibilidade de entrega de comida ou medicamentos sem contato humano, bem como a ideia de se deslocar pela cidade sem usar o transporte público lotado ou ter contato próximo com motoristas. Anuja Sonalker, CEO da Steer Tech, que desenvolve tecnologias para estacionamentos autônomos, defende que “há um visível movimento rumo à tecnologia sem contato humano. Humanos são ameaças biológicas, máquinas não”.

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Com isso, as empresas que desenvolvem tecnologia para esse setor devem sair muito mais fortalecidas da crise, por mais que precisem parar seus testes por um tempo, enquanto dura o isolamento social. “A crise de covid-19 acelerou a necessidade e a oportunidade para automação em todos os setores, incluindo carros autônomos”, declarou Prith Banerjee, CTO da desenvolvedora de softwares de simulação Ansys.

Fonte: Nuro/Divulgação
(Fonte: Nuro/Divulgação)

Talvez a quarentena nem precise acabar para que a demanda por carros autônomos aumente: em fevereiro (antes que a covid-19 fosse declarada como pandemia, o que ocorreu no mês seguinte), a startup Nuro foi a primeira a obter licença para fazer testes sem motorista nos Estados Unidos.

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A empresa, que cria veículos especialmente para entregas, sem qualquer espaço para passageiros, apenas para carga, divulgou projetos para entregar equipamentos para profissionais de saúde e medicamentos para pacientes com covid-19 sem qualquer contato físico na Califórnia. Dessa maneira, a Nuro espera contribuir “para a segurança e saúde tanto dos pacientes quanto dos profissionais”, declarou um representante da empresa em comunicado publicado em 22 de abril.

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Fonte: Mashable, TechCrunch, VentureBeat, Nuro Al/Medium

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