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O trólebus segue em alta: saiba mais sobre o modal

Conheça o maior evento de mobilidade urbana do Brasil

O trólebus é um dos modais com maior potencial para o transporte coletivo no País, e pode oferecer novo ritmo ao funcionamento das cidades. Mas afinal, o que o modal tem de tão especial? O Estadão Summit Mobilidade apresenta os principais prós e contras do veículo e explica por que diversos locais do mundo têm apostado nesse velho conhecido das ruas.

Por que o trólebus ainda é uma aposta interessante?

São Paulo é uma das cidades em que o trólebus obteve uso de forma mais eficaz ao longo das últimas décadas. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)

Sendo um ônibus movido à energia elétrica, o trólebus pode ser considerado uma adaptação dos bondes, pois, tal como eles, anda conectado a cabos de aço, que se estendem ao longo de todo o roteiro do veículo.

No Brasil, ele foi implantado pela primeira vez há 73 anos, período no qual já experimentou diferentes arranjos e já recebeu o aporte de variadas tecnologias de transporte. Ainda hoje, o veículo promete ganhar as ruas e resolver problemas antigos.

O modal apresenta uma síntese dos principais veículos do transporte coletivo: dos antigos bondes até os atuais veículos leves sobre trilho (VLT), ele empresta a estrutura de energia dedicada ao longo do trajeto; e dos ônibus tradicionais, ele ganha as rodas, que dão dinamicidade e flexibilidade ao itinerário. Ou seja, o melhor dos dois mundos, sem a queima de combustível fóssil e silencioso.

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Diferentemente dos ônibus elétricos, que precisam de grandes baterias e possuem baixa autonomia, o trólebus necessita de uma bateria pequena, fácil de carregar e mais barata. Afinal, ela precisa dar conta de pequenos trechos, em que o veículo pode sair do trajeto coberto pela rede elétrica.

Além disso, ter um veículo barato e sustentável não significa mais paralisar o trânsito de grandes cidades. Antigamente, os motoristas precisavam parar os trólebus na rua e fazer ajustes manuais no cabeamento que os alimenta. Hoje, porém, todo o processo é automatizado.

Outro ponto positivo é a relação custo-benefício do modal. Segundo Plamurb, portal especializado em políticas de mobilidade urbana, um ônibus a diesel custa R$ 500 mil, ao passo que um trólebus custa cerca de R$ 1 milhão. Mesmo que o valor seja quase o dobro, a longo prazo, ter menos gastos em combustível e manutenção tornam o trólebus mais econômico.

Limites e soluções

Suíça e outros países europeus seguem investindo no trólebus, que ganha fôlego como opção urbana sustentável, sobretudo em trajetos de BRT. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)

Quanto ao trólebus, também existem alguns gargalos a serem superados para apostas com mais centralidade nesses veículos. Em primeiro lugar, para tornar o modal uma presença mais recorrente nas vias dos grandes centros do País, seria necessário estimular um parque industrial que produzisse os veículos e estivesse pronto para fazer a manutenção deles em larga escala. Portanto, é preciso um plano nacional, que articule as cidades e mobilize o setor produtivo brasileiro.

A dimensão dos desafios de mobilidade exige estratégias plurais, com a articulação de diferentes modais. Então, nem só de trólebus vive a mobilidade urbana.

É interessante observar, por exemplo, que o modal cai bem em roteiros de vias exclusivas, como os Bus Rapid Transit (BRTs). Agora, em itinerários quebradiços, com muitas angulações e entradas, como ônibus alimentadores que capilarizam a circulação de passageiros nos bairros, ele pode deixar a desejar.

Assim, o trólebus pode ser implementado como o carro-chefe nos macrodeslocamentos (ligar eixos distantes no território das cidades) e ser complementado com soluções transversais. E também podem ir além da queima de combustíveis fósseis: pode-se criar trólebus mistos, em que parte do espaço é dedicado a passageiros convencionalmente e parte é dedicada ao carregamento de bicicletas. Dessa forma, o transporte da última milha pode ser feito via mobilidade ativa.

Por isso, colocar os trólebus no centro dos debates significa mais que resgatar uma tática de anos atrás. Trata-se de repensar suas fragilidades e articular a implantação com outros eixos nevrálgicos para as cidades.

Fonte: Mobilize, Plamurb, Rev Autobus

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