Conheça o maior evento de mobilidade urbana do Brasil
Os carros voadores já começaram a ser uma realidade no mundo, com diversas empresas assumindo contratos de fabricação e venda de protótipos e prazos de entrega de veículos. Entretanto, aqueles cenários de filmes de ficção científica com engarrafamentos aéreos não devem se concretizar, pelo menos não em um futuro próximo.
O termo “carro voador” cria algumas confusões, afinal a própria definição dele é de um veículo que se move sobre rodas. A nomenclatura, porém, vem sendo utilizada por fabricantes de todo o mundo pelas semelhanças que os veículos voadores terão com os automóveis, como a capacidade de transportar entre quatro passageiros e seis passageiros e o objetivo de circular pelas cidades.
O que é o carro voador?
Tecnicamente, o carro voador é designado pela sigla de decolagem e aterragem vertical (vertical takeoff and landing — VTOL). Os helicópteros são veículos da mesma categoria. A principal diferença entre os carros voadores e os helicópteros é que os primeiros deverão ser elétricos, o que gerou a sigla eVTOL, e para isso devem usar mais rotores ou hélices.
Esses veículos se diferenciam ainda do avião elétrico, que tem por característica usar asas e precisar da aceleração no chão para decolar. Empresas americanas já estão testando motores elétricos em aviões, mas, por enquanto, ainda são usados motores convencionais para auxiliar o voo. Um avião completamente elétrico possivelmente não estará em uso comercial antes de 2030.
Assim, os carros voadores são até mais próximos dos drones, tecnicamente denominados de veículos aéreos não tripulados (Vants). A diferença está, além da especificidade de não ter tripulação, no fato de que os drones são bem mais leves e simples, podendo ser pilotados remotamente a quilômetros de distância.
Vantagens dos eVTOLs
O carro voador deve ter uma série de vantagens em relação aos helicópteros, e a principal é a não utilização de combustíveis fósseis nas operações. Além disso, os veículos serão muito mais silenciosos, evitando altos níveis de poluição sonora.
Em contrapartida, os carros voadores têm autonomia de voo bem menor, fazendo cerca de 150 quilômetros a 200 quilômetros por carga de bateria. Os helicópteros, para comparação, chegam a fazer 550 quilômetros com o tanque cheio. Até por isso as empresas têm pensado os carros voadores como uma solução para a criação de táxis aéreos urbanos. A Hyundai, por exemplo, anunciou um modelo e a parceria com a Uber para gerenciar a contratação das viagens.
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Carros voadores no Brasil
No Brasil, as empresas Gol e Azul já firmaram contratos de compra de carros voadores com empresas estrangeiras. Além disso, a fabricante de aeronaves Embraer está trabalhando em um modelo de carro voador. Esses veículos poderão ser vendidos para empresas de táxi aéreo e estar em circulação a partir de 2025.
Para isso, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) terá a tarefa de certificar e legislar sobre as aeronaves. Uma nota da agência afirma que, por enquanto, ela não recebeu nenhum pedido formal em relação à operação desses veículos.
Para impedir acidentes, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Comando da Aeronáutica, define regras para a circulação das aeronaves. Os carros voadores deverão trafegar em uma altitude específica, que impeça colisão com aviões. Também deve haver uma regra para o número simultâneo de eVTOLs em circulação na mesma área.
Assim, em um primeiro momento, o carro voador será uma solução de mobilidade urbana para que quem pode pagar por ela consiga escapar do péssimo trânsito das metrópoles. Será um serviço de táxi aéreo com um veículo muito mais parecido com um táxi do que com um helicóptero. A propriedade e a operação privada desses veículos ainda devem ficar relegadas aos filmes de ficção científica.
Fonte: Bell Flight, Eve Air Mobility, Inside EVs, Aero In