O transporte público é totalmente gratuito em mais de 100 cidades
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Em fevereiro de 2020, Luxemburgo se tornou o primeiro país do mundo onde o transporte público é gratuito. Porém, isso não existe apenas lá. Segundo o jornal The New York Times, outras cem cidades no mundo não cobram tarifas em seus serviços de transporte. Há vários exemplos, inclusive, no Brasil. Confira algumas dessas regiões a seguir.
A capital e maior cidade da Estônia, com cerca de 440 mil habitantes, é um dos principais exemplos de transporte público gratuito na Europa — A iniciativa começou em 2013, após um referendo. O objetivo era diminuir o número de carros nas ruas, mas, curiosamente, embora o uso dos ônibus e bondes tenha aumentado, isso não aconteceu.
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A administração local descobriu que quem estava usando o transporte público era uma parcela de pessoas que antes andavam a pé. Para atingir seu objetivo, então, Tallinn ampliou o número de vias exclusivas para ônibus e aumentou os valores de estacionamento para carros. Essas taxas ajudam a financiar o sistema — que custa em torno de 13 milhões de euros por ano — e desencoraja o uso dos carros. Deu certo! Em 2019, a circulação de automóveis caiu 10%.
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O exemplo de Tallinn mostra que as iniciativas de “passe livre” precisam ser acompanhadas de uma estratégia mais abrangente. Para usar os ônibus e bondes de Tallinn, os moradores precisam apenas pagar uma taxa de 2 euros para fazer um cartão. Depois disso, todos os trajetos são gratuitos. Em 2018, ônibus intermunicipais para outros locais da Estônia começaram a funcionar nesse sistema.
A cidade portuária da costa norte do país adotou a tarifa zero em setembro de 2018. Um ano depois disso, segundo informações divulgadas pela revista Forbes, o uso do sistema de transporte municipal aumentou 60% em dias de semana e mais que dobrou aos sábados e domingos. 48% dos usuários afirmam deixar seus carros em casa, e 5% venderam seus carros ou deixaram de adquirir um.
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“Antes, eu dificilmente pegava o ônibus, mas o fato de que eles agora são gratuitos e do aumento nos preços dos combustíveis me fizeram refletir sobre como eu me desloco”, afirmou um usuário do sistema de transporte de Dunkerque ao jornal inglês The Guardian.
Os ônibus gratuitos atendem aos 90 mil habitantes da cidade e 257 mil pessoas da região metropolitana. Em Dunkerque, o sistema é ainda mais simples do que em Tallinn: não existe qualquer cartão, basta entrar nos ônibus sem pagar nada.
O portal colaborativo Fare Free Public Transport registra, pelo menos, 15 municípios com transporte público gratuito no Brasil. A maioria corresponde a pequenas cidades no interior, que precisam de poucos veículos para atender a sua população. Com 160 mil habitantes, Maricá é a maior cidade brasileira a oferecer ônibus sem custo para seus cidadãos.
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Os ônibus operados pela prefeitura — chamados de “vermelhinhos” — começaram a circular em 2015, com dez veículos se deslocando por uma linha que atravessava a cidade. A iniciativa gerou disputas judiciais com as empresas que gerenciavam o transporte em Maricá até então. Contudo, à medida que os contratos perderam a validade, a prefeitura expandiu os serviços de ônibus gratuitos. A previsão é que, em 2020, a cidade toda já seja atendida pelos “vermelhinhos”.
A partir dos exemplos, várias outras estão criando seus projetos de transporte público gratuito. Kansas City e Olympia, nos Estados Unidos, são duas cidades que adotaram a tarifa zero em 2019. “O transporte público permite aos cidadãos terem acesso a oportunidades de emprego e educação, o que leva a uma melhor qualidade de vida e, portanto, mais saúde para nossa comunidade”, declarou o prefeito de Kansas City, ao portal de notícias CNBC.
Em Vilnius e Riga, respectivamente capitais da Lituânia e da Letônia (países vizinhos da Estônia), estão buscando formas de seguir o exemplo de Tallinn e oferecer transporte gratuito aos seus cidadãos. Em Vilnius, a administração pública está implementando uma taxa de poluição aos carros que pode ajudar no levantamento dos 35 milhões de euros anuais necessários para oferecer essa gratuidade.
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Em Dunkerque, onde o valor necessário é de 7 milhões de euros anuais, o prefeito Patrice Vergriete acredita que o investimento compensa. “Nós fomos pragmáticos: observamos tanto as vantagens quanto as desvantagens do transporte público gratuito e decidimos que 7 milhões não é um preço alto se considerar todos os benefícios gerados”, ele declarou ao jornal inglês The Guardian.
Fonte: Prefeitura de Maricá, Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, Forbes, The Guardian, LTR, CNN.
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