A ideia de companhia britânica é evitar a contaminação e a desconfiança ao entrar nos ônibus fechados durante a pandemia
Publicidade
Além da mobilidade ativa cada vez mais em alta desde o início da quarentena, outra solução de deslocamento frente a pandemia está surgindo em Londres: usar os ônibus de turismo com dois andares para o transporte diário. Isso porque o segundo andar não tem teto, o que possibilita uma melhor circulação do ar, reduzindo as chances de contágio.
Conheça o maior e mais relevante evento de mobilidade urbana do Brasil
A ideia é da empresa de fretamento Snap e visa aproveitar os 233 veículos de turismo que estão parados — já que o turismo caiu muito durante a pandemia — para oferecer um modo de transporte aberto e seguro aos londrinos.
Além de evitar o contágio pelo novo coronavírus, a saída pode driblar a desconfiança: de acordo com uma pesquisa divulgada pela Bloomberg, 70% dos londrinos não se sentem mais confortáveis em usar o transporte público.
É por isso que, enquanto o metrô está com apenas 30% do público de antes da pandemia, o uso do carro já retornou a 80%. Como ponderou o CEO da Snap, Thomas Ableman, em entrevista à Bloomberg: “Nós não queremos uma recuperação baseada em carros para essa crise, então precisamos encontrar soluções com as quais as pessoas se sintam confortáveis. E você não vai encontrar um meio de transporte mais seguro contra a covid do que um ônibus sem teto”.
O transporte diário nos ônibus abertos ainda não começou a operar: a Snap ainda está estudando a viabilidade do serviço e pesquisando quais rotas têm mais demanda. Os primeiros testes estão começando a ser feitos em agosto, na mesma rota seguida pela linha Victoria do Metrô de Londres, uma das mais movimentadas do sistema, que liga o sul ao nordeste da cidade, passando pelo centro.
Como estruturas urbanas podem se tornar hospitais de campanha?
A ideia da empresa é oferecer as viagens nos ônibus abertos pelo mesmo preço de uma passagem de metrô (3,30 libras esterlinas), que incluem paradas em quantidades e distâncias semelhantes às dos metrôs (ou seja, menos que ônibus comuns).
Assim, a Snap estima que conseguiria criar um serviço economicamente viável sem precisar lotar os veículos: eles rodariam com um quarto da capacidade normal, de modo que todos os passageiros pudessem andar no segundo andar (sem teto), mantendo o distanciamento necessário. O projeto também prevê a limpeza frequente dos veículos, depois de cada viagem, para diminuir ainda mais o risco de contágio e aumentar a confiança dos usuários.
Filtragem de ar combate coronavírus em transporte público
Além de serem muito famosos no estereótipo de Londres, os ônibus de turismo com o segundo andar aberto também existem em muitas cidades brasileiras, como Curitiba, Brasília e Porto Alegre.
Fonte: Bloomberg
Curtiu o assunto? Clique aqui e saiba mais sobre como a mobilidade pode melhorar os espaços.