Número de novos ciclistas cresce em Paris com vias temporárias

8 de abril de 2021 3 mins. de leitura

Pessoas sem hábito de usar bicicleta adotaram o pedal e querem que faixas virem permanentes na capital

Publicidade

A tradicional Rue de Rivoli, em Paris, é uma via famosa na capital francesa: trata-se de um dos acessos ao museu do Louvre, destino praticamente obrigatório para turistas, além de abrigar diversas lojas e cafés. 

Os moradores da região notaram algumas mudanças ao longo dos últimos meses no trânsito do local, que é bastante movimentado e normalmente divide espaço entre carros, motos, pedestres e bicicletas: com a pandemia da covid-19, a prefeitura alterou a mobilidade na via, gerando um boom no número de ciclistas. Por isso, alterações no tráfego que foram adotadas provisoriamente devem virar definitivas.

A nova Rue de Rivoli

As ciclofaixas na Rue de Rivoli fazem parte de um plano de expansão da malha cicloviária de Paris que começou durante a pandemia, mas que chegou a 50 quilômetros de pistas em vias muito utilizadas no deslocamento cotidiano da cidade.

Elas foram abertas pela primeira vez após uma greve de funcionários do transporte público da região, entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, e desde aquele momento atraíram quem estava em busca de uma alternativa aos carros. As obras são simples, já que envolvem apenas a redução das faixas para automóveis e sinalização de que parte da rua agora é destinada às bicicletas. 

Com a pandemia da covid-19 e medidas restritivas em meios de transporte coletivos, as bicicletas foram novamente visadas como forma saudável de transporte, o que fez a prefeitura ampliar a duração e a quantidade das faixas provisórias — que ficaram conhecidas como “coronapistes”.

Após os primeiros resultados positivos, vieram novos benefícios, como um subsídio do governo para o conserto de bicicletas usadas. Até mesmo o sistema de saúde passou a adotar modelos elétricos para atendimentos no meio urbano. A medida tem o apoio da prefeita de Paris, Anne Hidalgo.

Mais ciclistas nas ruas

A Prefeitura da Região D’Île-de-France, que inclui Paris e outras cidades vizinhas, publicou, em dezembro de 2020, um estudo que mostra as consequências da instalação das pistas provisórias entre maio e outubro de 2020.

As faixas provisórias pintadas nas vias.
As faixas provisórias pintadas nas vias. (Fonte: Île-de-France)

O objetivo da pesquisa envolvia também descobrir o impacto das novas vias no cotidiano do parisiense e medir os efeitos dos novos hábitos de mobilidade — com resultados que mostram uma alta na adoção da bicicleta como meio principal de deslocamento.

De acordo com o relatório, 6 de cada 10 ciclistas consultados não pedalavam com frequência ou utilizavam o modal como principal meio de deslocamento antes da abertura das pistas provisórias.

Além disso, 62% dos moradores da cidade e região metropolitana são a favor de que as ciclofaixas temporárias sejam transformadas em espaços permanentes.

As faixas são bem sinalizadas e ampliam a sensação de segurança.
As faixas são bem-sinalizadas e ampliam a sensação de segurança. (Fonte: Île-de-France)

A pesquisa ainda revela que a quantidade de mulheres que utilizam as ciclovias locais cresceu: elas subiram de 36% para 41% do público que pedala em toda a cidade e um dos fatores envolvidos nesse aumento é a ampliação da sensação de segurança. 

Esse fator de infraestrutura e proteção já apareceu em outros estudos de países diversos, inclusive a respeito do aluguel de bicicletas na China.

Fontes: Ile de France, Road.cc

Inscreva-se no maior evento de mobilidade urbana do Brasil. É online e gratuito!

Webstories