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O Chile, país localizado na América do Sul, é referência em diversos aspectos, que vão dos índices de educação à qualidade de vida. Porém, em se tratando de transportes, assim como o Brasil, o país apresenta predomínio do modal rodoviário e carece de investimentos e mudanças estruturais que reduzam esse desequilíbrio.
Um dos esforços nesse sentido, que promete transformar a forma como as pessoas se deslocam diariamente, diz respeito à aquisição de novos trens pelo governo chileno. Ao todo, seis composições foram compradas, e o primeiro lote contendo duas unidades já foi entregue e apresentado ao público em março deste ano.
O destaque dessa nova aquisição se dá pelo fato de as novas unidades serem capazes de alcançar a velocidade de 160 km/h. Essa característica daria aos trens o posto de os mais velozes e modernos da América do Sul, oferecendo, assim, uma significativa redução no tempo de deslocamento na linha Santiago-Chillán.
Impactos positivos
Para se ter uma ideia, com os novos trens, a viagem de pouco mais de 400 km levará 3 horas e 40 minutos para ser concluída, proporcionando uma redução de 1 hora e 20 minutos no trajeto. Fruto de investimentos que giram em torno dos US$ 70 milhões, as novas composições foram produzidas na China, pela empresa CRRC Sifang.
Enquanto as outras quatro unidades deverão ser entregues ainda este ano, a expectativa é que a operação dos novos trens se inicie o quanto antes no Chile, com previsão para o segundo semestre de 2023, após a conclusão dos testes de operação e calibração das composições.
As unidades adquiridas têm capacidade para transportar 238 passageiros sentados, além de oferecerem bancos reclináveis e banheiro com acessibilidade universal, constituindo um outro avanço em relação ao que era disponibilizado no transporte coletivo até então.
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Governo chileno investe no setor ferroviário
Por terem um sistema bimodal (BMU), os trens podem circular tanto utilizando energia elétrica quanto diesel, o que contribui para tornar o serviço ininterrupto mesmo nos cenários em que houver falhas no fornecimento de energia. Segundo o governo chileno, um dos objetivos envolvidos no projeto é o de triplicar o número de passageiros que utilizam trens.
Caso esse cenário se concretize, o volume de usuários deverá saltar de 315 mil para 800 mil por ano quando o novo sistema estiver concluído. Isso porque, no trecho Santiago-Chillán, será possível ter 6 trens em operação em cada um dos sentidos, representando um aumento em relação aos atuais 3 trens.
A remodelação proposta do sistema ferroviário também deve abranger a oferta de uma nova linha que ligará futuramente Santiago a Valparaíso. Enquanto isso, outras linhas passam por manutenção para ampliar a capacidade e eficiência do serviço já disponível.
Fonte: Governo do Chile