Como as cidades podem reduzir a emissão de gases na atmosfera?

2 de julho de 2021 4 mins. de leitura

Pelo menos quatro cidades promovem estratégias que podem ser incorporadas em todo o mundo

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As 100 cidades mais populosas do mundo são responsáveis por um quinto da emissão de carbono, um dos causadores do efeito estufa. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), até 2050 pelo menos 2,5 bilhões de pessoas vão estar morando nesses locais,  por isso medidas devem ser tomadas para que a poluição seja controlada imediatamente.

Alguns centros urbanos que já trabalham para isso podem ser tomados como exemplos de ações a serem incorporadas daqui para frente. Confira.

1. Regulamentação de transportes e construções

A cidade de Shenzhen (China), a maior do mundo em pegadas de carbono per capita, apostou em três soluções para reduzir o impacto na poluição atmosférica. Ônibus e táxis de baixa emissão foram adicionados à frota do transporte público; já as construções passaram a ser reguladas por padrões ecológicos, e as indústrias receberam um limite para a quantidade de carbono produzida. Em todo o país, carros elétricos devem passar de 10% para 20% do total da frota em circulação até 2025. A previsão, apresentada no Acordo de Paris, em 2015, deve ser concretizada por meio de estímulos fiscais.

2. Controle de combustíveis

Acordo de Paris tornou capital francesa uma das referências contra poluição no mundo. (Fonte: Pexels)
Acordo de Paris tornou capital francesa uma das referências contra poluição no mundo. (Fonte: Pexels)

A capital da França é uma das cidades com planos mais ousados na mudança de emissão de carbono: a previsão é que até 2050 seja reduzida a zero. Para tanto, foram estabelecidas medidas como utilização exclusiva de energia verde (eólica, solar ou biomassa) e banimento de carros movidos a diesel até 2024 e a petróleo até 2030.

Os objetivos propostos afetam setores diretamente ligados à urbanização: construção civil, transportes, energia, alimentação.

3. Prioridade para bicicletas

O ciclismo é prioridade em Copenhague (Dinamarca), onde pelo menos 40% dos deslocamentos entre residências e locais de trabalho são feitos em bicicletas e existem mais de 375 quilômetros de faixas exclusivas para pedalar. Isso evita que mais de 20 mil toneladas de carbono sejam liberadas na atmosfera por ano.

Além disso, trens, ônibus e metrôs funcionam em um sistema totalmente integrado. Por outro lado, a proporção de automóveis individuais é de um para cada 2,8 habitantes, e quem opta pelo deslocamento em carro deve arcar com impostos mais altos.

4. Sustentabilidade social

Santiago: exemplo de sustentabilidade na América do Sul. (Fonte: Pexels)
Santiago: exemplo de sustentabilidade na América do Sul. (Fonte: Pexels)

Na América do Sul também existem exemplos de cidades ativas no combate à emissão de gases na atmosfera. É o caso de Santiago (Chile), principalmente quando se trata da melhoria de áreas já urbanizadas em prol da população mais pobre, residente em regiões degradadas.

No país, a habitação é acessível se comparada a outros locais: dois terços dos chilenos têm condições de adquirir um imóvel, contra apenas um terço dos brasileiros, por exemplo. Dessa forma, o processo de urbanização é acelerado, e a população que habita no campo caiu de 500 mil em 1996 para 84 mil em 2011.

O governo chileno fortaleceu a presença de ônibus elétricos, fazendo que 6% da frota fossem livres de emissões. As informações são do Boletim de Conjuntura do Setor Energético, da Fundação Getulio Vargas (FGV), publicado em 2019.

De acordo com a ONU, em 2035 haverá mais 14 megacidades, localizadas especialmente nos continentes asiático e africano. Como futuros representantes de tecnologia e riqueza, esses locais também podem se tornar pioneiros na preocupação com as mudanças climáticas.

Fonte: MIT Technology Review, ONU World Organization Prospects, FGV, Mar sem fim.

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