Capital fluminense assina compromisso de reduzir investimento em combustíveis fósseis para diminuir emissões de carbono
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A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP-26) terminou em 12 de novembro, e agora países, municípios e empresas começam a tomar medidas para realizar as metas acordadas durante o evento. Curiosamente, o Rio de Janeiro se antecipou e assinou poucos dias antes do evento um compromisso que outras cidades brasileiras só finalizariam em Glasgow.
Até 2019, o estudo mais completo sobre a poluição no Brasil era a compilação feita pela CupoNation que mostrava o Rio de Janeiro como a cidade mais poluente do País, com taxa de 64 microgramas de poluentes por metro cúbico.
Os dados foram atualizados com a divulgação de um estudo do Observatório do Clima que mostrou que sete das cidades mais poluentes do Brasil se encontram na região da Amazônia Legal. Isso se deve principalmente pelo desmatamento e pela substituição de áreas de florestas para abertura de campos para a agropecuária.
Apesar de o desmatamento, queimadas e emissão de metano pelos rebanhos serem os principais poluentes do País, as grandes metrópoles aparecem no ranking devido à grande emissão de gases do efeito estufa (GEE) causada por imensas frotas de veículos e fábricas. O Rio de Janeiro está em 9º lugar entre as dez cidades mais poluentes, com emissão total de 11,79 milhões de toneladas de carbono.
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Poucos dias antes da COP-26, o prefeito Eduardo Paes assinou o compromisso de reduzir o investimento em combustível fóssil. O acordo foi firmado com o Grupo C40 de Liderança Climática das Cidades, rede que reúne grandes cidades em busca de soluções para a crise climática.
O Rio de Janeiro passou a ser uma das 1.484 instituições públicas e privadas de mais de 70 países a subscrever a Declaração de Desinvestimento de Combustíveis Fósseis, Investindo em um Futuro Sustentável. Os signatários prometem diminuir pela metade as emissões de carbono até 2030, meta que é considerada fundamental para que seja cumprido o Acordo de Paris e para que o aumento da temperatura global não ultrapasse 1,5 °C. Essa iniciativa ficou conhecida como Race to Zero.
A capital fluminense foi a primeira cidade da América Latina a assinar o compromisso, mas durante a COP-26 mais cidades brasileiras se juntaram a ela: Salvador (BA), Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Niterói (RJ). Mark Watts, diretor-executivo da C40, comemorou a iniciativa do Rio e disse que esse é um marco, uma vez que a cidade é a principal dependente de combustíveis fósseis em razão dos royalties do petróleo no Brasil.
Durante o evento do C40, o prefeito Eduardo Paes ainda divulgou o investimento de R$ 5,4 bilhões até 2024 no Plano Rio Futuro, que consiste em uma série de projetos de saneamento, saúde, educação e mobilidade urbana que já devem ser executados dentro de novas diretrizes de redução de emissões de carbono.
Fonte: EBC, União Nacional da Bioenergia, O Especialista, MT Agora, Summit Mobilidade Estadão.