Crédito extra tem como objetivo cobrir prejuízos do metrô, CPTM e EMTU, que foram atingidos por forte redução de passageiros provocada pela pandemia
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O Estado de São Paulo publicou um decreto, na última quarta-feira (20), que destina R$ 178,4 milhões para o metrô de SP cobrir despesas correntes, ajudando a atenuar os prejuízos causados pela pandemia. Com isso, o socorro do governo paulista a empresas de transporte público já soma R$ 426,5 milhões.
Anteriormente, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) teve um valor de quase R$ 148 milhões destinados em dois decretos. A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU/SP), responsável pela gestão das linhas de ônibus intermunicipais, deve receber R$ 100,2 milhões.
Todas as companhias são estatais que dependem exclusivamente de recursos do Tesouro para conseguir equilibrar as suas receitas. O transporte público é considerado essencial e costuma ser amplamente subsidiado em países avançados.
A situação é diferente no Rio de Janeiro. O metrô do Rio, gerido pela iniciativa privada, e as concessionárias públicas de trens, barcas, Bus Rapid Transit (BRT), Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) registram resultados negativos por não contarem com aportes governamentais para garantir a essencialidade.
Ao longo de 2020, o Metrô paulista teve um prejuízo de R$ 1,7 bilhão, impulsionado pela queda de passageiros causada pelas medidas de restrição social impostas pela pandemia de covid-19. O valor representou um crescimento de 184% em comparação a 2019, quando a estatal teve um resultado negativo de R$ 599 milhões.
Na época, a empresa chegou a reduzir o número de trens e aumentou o intervalo entre as viagens, de acordo com o Relatório Integrado do Metrô 2020. Isso aconteceu em horários de pico, levando à superlotação e gerando reclamações dos passageiros.
Em 2021, a segunda onda do novo coronavírus continuou influenciando na receita da companhia estatal. No primeiro trimestre, o metrô registrou um prejuízo de R$ 363 milhões. De acordo com informações do site Transparência do governo paulista, o primeiro semestre fechou com um resultado negativo de R$ 630,7 milhões.
A Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) de São Paulo anunciou o fim das bilheterias físicas nas estações paulistas de trens e metrô. Até o final do ano, a venda será realizada apenas pelos bilhetes na forma digital, por meios eletrônicos e equipamentos de autoatendimento. O governo paulista espera economizar R$ 100 milhões por ano com custos operacionais.
Durante a transição, uma equipe orientará os usuários quanto à mudança. O governo paulista também afirma oferecerá orientação aos usuários por meio de plataformas digitais, redes sociais e mensagens de SMS.
Segundo a secretaria, uma rede com 2 mil postos ao redor das estações já está cadastrada para a venda de bilhetes. A meta até o fim de 2022 é ter 6 mil estabelecimentos oferecendo os bilhetes digitais.
Fonte: Diário do Transporte, Metro CPTM, Agência Brasil, Relatório Integrado do Metrô 2020.