Em 2010, moradores protestaram contra as obras da Linha 6 — Laranja, argumentando que poderiam trazer “gente diferenciada” para a região
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Poucas vezes, uma obra do Metrô de SP gerou tanta polêmica quanto a que ocorreu em 2010, quando alguns moradores de Higienópolis se mobilizaram contra a construção de uma estação perto de suas casas. A fala de uma moradora, acusando o metrô de atrair “drogados, mendigos, uma gente diferenciada…” gerou todo o tipo de discussão.
Mais de 11 anos depois desse imbróglio, a construção da Linha 6 — Laranja está chegando ao bairro nobre, porém em novo local.
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O pivô da polêmica foi a estação Angélica-Pacaembu da Linha 6 — Laranja do Metrô de SP, ao ser construída na esquina da Avenida Angélica com a Rua Sergipe, no terreno onde existe um mercado. Outros moradores não falavam em “gente diferenciada”, mas argumentavam que havia, pelo menos, outras quatro estações próximas dali.
Desse modo, seria mais útil fazer essa nova obra algumas quadras à frente, mais próximo da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Estádio do Pacaembu — já que o propósito é, justamente, atender aos frequentadores de jogos e aos estudantes da instituição de ensino.
Desse modo, o local da estação realmente foi modificado para ruas internas do bairro, próximo da faculdade e do Estádio. Por conta disso, o nome também mudou para Faap-Pacaembu.
A Linha 6 — Laranja também atenderá aos estudantes de outras instituições de ensino, como Mackenzie e Pontifícia Universidade Católica (PUC), sendo também chamada de “Linha Universitária” por isso. O trajeto completo levará os passageiros do terminal Brasilândia à estação São Joaquim da Linha 1 — Azul, na região central de São Paulo, em 23 minutos. Isso é uma hora e meia a menos do que o tempo para fazer o mesmo trajeto de carro ou ônibus.
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Segundo a administração do Metrô de SP, os terrenos próximos à Faap e ao Pacaembu, onde serão feitos os canteiros de obras, já estão desapropriados e limpos há alguns anos. Contudo, problemas com a antiga concessionária atrasaram o início dos trabalhos.
Somente no fim de outubro de 2021 é que as novas concessionárias encarregadas da obra — Acciona e LinhaUni — anunciaram as interdições nas ruas do bairro, para que o projeto saia do papel efetivamente.
Por isso, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também anunciou mudanças nos sentidos das vias, para permitir o trânsito pela região. As ruas atingidas serão a Avaré, Ceará, Bahia e Sergipe.
É interessante observar que as mudanças são pequenas, em torno de 100 números de cada rua, segundo informações do metrô, já que a maioria dos trabalhos de construção da Linha 6 — Laranja está acontecendo subterraneamente. Isso porque a perfuração do solo é feita por enormes máquinas tuneladoras, mais conhecidas como “tatuzões”. Estima-se que o processo seja finalizado no segundo semestre de 2025 e, a partir disso, essa nova linha comece a funcionar.
Fonte: Metrô CPTM.