Uma lista dos carros populares mais em conta para você avaliar o custo-benefício
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A atual disparada no preço de veículos no Brasil fez que muitos decretassem o fim do carro “popular”. Afinal, pode-se contar nos dedos os modelos com preço entre R$ 50 mil e R$ 60 mil e, convenhamos, esses valores não corroboram com a ideia de veículos democráticos.
E, por enquanto, a situação da escalada de preços deve continuar. Em janeiro, os dois carros mais baratos do Brasil viram as suas versões básicas serem descontinuadas. Tanto o Renault Kwid Life quanto o Fiat Mobi Easy não serão mais produzidos a partir de 2022.
As transformações causadas pela pandemia fizeram o mercado automobilístico ter de se adaptar. Se antes dos primeiros lockdowns em 2020 podia-se encontrar carros novos no Brasil na faixa de R$ 35 mil, hoje é difícil achar modelos abaixo dos R$ 60 mil. Vamos conferir quais são os carros zero-quilômetro mais baratos em 2022. Para esta lista, consideramos apenas os modelos que estão em fabricação. Separamos os valores sugeridos pelos fabricantes e o da tabela Fipe.
Na última quinta-feira (20), a Renault divulgou que o Kwid Life sairá de linha no Brasil. Mesmo assim, o Kwid mantém o posto de carro mais barato do Brasil, pois ainda podem ser encontradas unidades do Kwid Life zero-quilômetro com valores próximos a R$ 50 mil.
Outro modelo de entrada que perdeu a versão básica em 2022 foi o Mobi. Com a saída do Mobi Easy do mercado, os carros da Fiat saem da faixa dos R$ 50 mil para estarem mais próximos dos R$ 60 mil.
Um dos “queridinhos” dos brasileiros, o VW Gol, agora tem preço variando entre R$ 65.200 e R$ 69.790 dependendo da região do País.
A partir de R$67 mil os veículos já começam a sair de fábrica bem mais completos. O Fiat Argo conta, desde a versão mais básica, com direção elétrica, ar-condicionado, vidros dianteiros elétricos, alarme, travas elétricas e volante com regulagem de altura.
O HB20 foi o segundo carro mais vendido no Brasil em 2021 (perdendo apenas para a picape Fiat Strada). O modelo, que vem conquistando o mercado nacional, já sai de fábrica com diversas melhorias em relação à concorrência. Entre os diferenciais estão: faróis com máscara negra, computador de bordo, direção elétrica, rádio com Bluetooth, ar-condicionado, vidros elétricos dianteiros, 4 airbags e controles de estabilidade e tração.
Outros modelos, como o Ford Ka, o VW Fox e o Fiat Uno, podem ser encontrados zero-quilômetro com preços que os fariam entrar na lista, porém esses modelos foram descontinuados em 2022.
Com a disparada de preços das peças, montar modelos básicos, que têm taxas de lucro menor, é desinteressante para os fabricantes. Com isso, as montadoras apostam nos mais caros, em que as peças utilizadas têm maior valor agregado. Assim, os carros populares estão sumindo das lojas, e o custo de ter um carro no Brasil continua aumentando.
Uma pesquisa realizada pela consultoria britânica Scrapcar Comparison mostrou quão preocupante é a situação brasileira. Para comprar e manter um carro, o brasileiro gasta em média 441,89% do seu rendimento anual.
Isso coloca o País na quinta colocação no ranking dos países mais caros para se ter um carro no mundo. O Brasil perde apenas para Turquia, Argentina, Colômbia e Uruguai. No outro lado da balança, estão Austrália, Estados Unidos, Dinamarca, Canadá e Suécia.
A situação é desesperadora para quem tinha o sonho de comprar um carro zero. Estima-se que apenas em 2021 os carros mais baratos tiveram aumentos entre 26,83% e 47,95%. O Renault Kwid, que chegou ao Brasil em 2017 custando R$ 29.990, agora ultrapassa a faixa dos R$ 50 mil.
Mas por que os preços subiram tanto? Diversos fatores colaboraram para essa tempestade nos preços. Antes da pandemia, podia-se encontrar modelos populares na faixa de R$ 35 mil, mas, com o acontecimento desse incidente, foram paralisadas as fábricas e, a nível mundial, diversos setores das indústrias foram prejudicados. Com isso, as montadoras sofreram por causa da escassez dos mais diversos produtos, especialmente de semicondutores e outros componentes eletrônicos.
Se a nível mundial o preço dos carros aumentou, a situação brasileira foi pior pela desvalorização da moeda. O real foi uma das moedas que mais perderam valor durante a pandemia. Com o dólar chegando a valer quase R$ 6, toda a balança da indústria automobilística foi afetada, uma vez que, apesar de os carros serem montados no Brasil, boa parte das peças ou da matéria-prima é importada.
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Fonte: Motor1, Fipe, Revista Carro, Auto Papo, Primeira Hora, Garagem 360.