Marcada por percalços e sucateamento, as rodovias ainda superam outros modais de transporte no Brasil
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Na década de 1920, quando o Estado de São Paulo estava sob o governo de Washington Luís, duas estradas foram inauguradas e serviram de inspiração para todas as seguintes.
Os dois acessos ligavam as cidades de Campinas e Itu à capital paulista. O lema do governador era “governar é construir estradas”. Esse foi um dos primeiros passos para o avanço do modal que é soberano no Brasil: o rodoviário.
A primeira rodovia do Brasil foi inaugurada em 1928. O percurso foi completamente pavimentado e ligava as cidades do Rio de Janeiro e Petrópolis. Atualmente, o trecho está integrado à BR 040.
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Na década de 1950, aliada ao avanço da fabricação de automóveis, a expansão do modal rodoviário teve início. Juscelino Kubitschek comandava o País e colocou em prática o lema de Washington Luís investindo nas rodovias em vez de outros modais.
Naquela época, apesar do modal ferroviário ainda ser muito utilizado, foi perdendo espaço para as rodovias e para o “boom” do mercado automotivo que também estava em destaque no Brasil. A implantação de impostos destinados ao setor foi outro fator decisivo para a expansão das rodovias.
Nos anos 1970, devido à escassez de recursos ocasionada pela extinção de alguns impostos sobre serviços, os investimentos no modal rodoviário deixaram de ser prioridade. As rodovias ficaram em segundo plano e acabaram perdendo qualidade.
Um marco daquele período foi o planejamento da Transamazônica que, a princípio, foi pensada para ter 8 mil quilômetros de extensão, ligando Norte e Nordeste do País ao Peru e ao Equador.
Mas a Transamazônica, apesar de ser a terceira maior rodovia brasileira — com 4 mil quilômetros de extensão que ligam os Estados da Paraíba, Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas — não é pavimentada em grande parte.
Dados mais recentes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mostram que apenas 146 mil quilômetros, dos 1,8 milhão que corresponde ao modal rodoviário do País, são pavimentados.
A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgou que quase 75% das rodovias brasileiras têm imperfeições — 15% estão em péssimas condições, um quarto delas está na Região Nordeste brasileira e 11% ficam no Sudeste.
Na década de 1990, foi inaugurado no Brasil o Programa de Concessões de Rodovias, que se tornou sinônimo de trechos mais seguros e bem assistidos, mas, claro, aliado a cobranças extras de manutenção com a criação das praças de pedágios. Atualmente, 36 concessionárias dividem a administração de 9,5 mil quilômetros da malha rodoviária do País.
Hoje, as rodovias superam outros modais de transporte quando o assunto é escoamento de cargas, sendo responsáveis por 75% da logística de toda produção brasileira.
Fonte: CNTTL, Rádio Câmara, Brasil Escola.